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Lula foi o grande vencedor de 2025, aponta cientista político

Avaliação de Murillo de Aragão destaca pesquisas favoráveis, fragilidade da oposição, vitórias diplomáticas e cenário econômico como fatores centrais

Brasília (DF) - 18/12/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva dá entrevista coletiva durante café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou 2025 como o principal vencedor do ano político brasileiro, segundo análise do cientista político Murillo de Aragão publicada na revista Veja. No artigo “Lula, o maior vencedor do ano”, o autor sustenta que a posição fortalecida do presidente não decorre de um único elemento, mas da convergência de fatores políticos, eleitorais, econômicos e internacionais que o colocam em vantagem às vésperas do ciclo eleitoral de 2026.

De acordo com Murillo de Aragão, o primeiro pilar dessa vantagem são as pesquisas de opinião. Lula lidera todos os cenários testados, contra qualquer adversário, em diferentes institutos, o que indicaria não apenas um bom momento circunstancial, mas uma resiliência eleitoral consistente ao longo do ano.

Outro fator decisivo apontado no artigo é a desorganização da oposição. A escolha do senador Flávio Bolsonaro como nome do bolsonarismo teria aprofundado divisões internas na direita, em vez de produzir unidade. Segundo a análise, há insatisfação relevante nesse campo político, onde muitos prefeririam o governador Tarcísio de Freitas como candidato mais competitivo. A falta de um nome consensual fragilizaria a oposição antes mesmo do início formal da disputa.

Murillo de Aragão também destaca a capacidade de blindagem política do presidente diante de crises sensíveis. Mesmo com dois escândalos de grande repercussão — o caso do INSS, que tangencia membros de sua família, e o episódio envolvendo o Banco Master —, Lula não teria sofrido desgaste perceptível em seus índices de aprovação. Pelo contrário, segundo o autor, seus números orbitam em torno de 50%, com tendência de alta ao longo de 2025.

Diálogo com Trump

No plano internacional, o artigo aponta como relevante a reaproximação e o restabelecimento do diálogo entre o governo brasileiro e os Estados Unidos, agora sob a presidência de Donald Trump. Esse movimento teria resultado tanto na redução de tarifas quanto no recuo da ameaça de aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, configurando, na avaliação do cientista político, uma vitória diplomática importante para o governo brasileiro.

A economia fecha o conjunto de fatores favoráveis destacados por Murillo de Aragão. O crescimento do PIB é descrito como moderado, porém consistente, com inflação em trajetória de queda. Apesar dos efeitos contracionistas dos juros elevados, o desempenho agregado da economia teria se mantido estável. O dado politicamente mais sensível, segundo o autor, é o mercado de trabalho: o desemprego segue baixo, o que reforça a percepção social de estabilidade, ainda que existam distorções metodológicas nos indicadores.

Com esse cenário, o artigo conclui que Lula encerra 2025 e inicia 2026 em posição amplamente favorável. Para Murillo de Aragão, trata-se de uma realidade que exige realismo e revisão estratégica por parte da oposição, sob o risco de repetir erros de diagnóstico e aprofundar sua fragilidade política.

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