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Bolsonaro deve ficar em uma sala de Estado na superintendência da Polícia Federal em Brasília

Espaço reservado a altas autoridades será a acomodação do ex-presidente durante a prisão preventiva

Jair Bolsonaro, escurecido na foto - 30/07/2021 (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

247 - Preso preventivamente na manhã deste sábado (22), Jair Bolsonaro (PL) foi levado para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde deve permanecer em uma Sala de Estado — um espaço reservado para presidentes da República e outras autoridades de alto escalão. As informações foram divulgadas pelo g1.

Esse tipo de acomodação não é uma cela comum. Segundo apuração da TV Globo, o ambiente é composto por uma sala com mesa, cadeira, cama de solteiro e um banheiro privativo. O local também dispõe de ar-condicionado, janela, armário e frigobar, garantindo condições de permanência isoladas e mais confortáveis do que espaços convencionais de custódia.

A Sala de Estado funciona como uma área separada do restante das instalações prisionais, destinada a preservar a segurança institucional e a integridade física de autoridades detidas. Bolsonaro permanecerá ali enquanto durar a custódia preventiva ou até eventual transferência autorizada pela Justiça.

Caso continue no local pelos próximos dias, a defesa poderá solicitar à Polícia Federal e ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para que o ex-presidente receba itens pessoais, livros e aparelhos eletrônicos, procedimento que segue regras específicas para esse tipo de detenção.O uso desse espaço já ocorreu em outras situações envolvendo figuras públicas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Michel Temer, quando detidos, também foram alojados em Salas de Estado da PF — em Curitiba (PR) e São Paulo, respectivamente.

Prisão preventiva

A detenção deste sábado foi determinada pelo STF e cumprida pela Polícia Federal logo nas primeiras horas do dia. Conforme a decisão assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, a medida cautelar foi motivada por risco de fuga e por ameaças ao cumprimento das regras impostas pela Justiça. O documento aponta que a convocação de uma vigília em frente ao condomínio do ex-presidente, organizada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), “indica a possível tentativa de utilização de apoiadores” de Bolsonaro para “obstruir a fiscalização das medidas cautelares e da prisão domiciliar”.

Bolsonaro havia sido condenado a 27 anos e três meses de prisão por liderar uma trama golpista após a derrota eleitoral de 2022 e estava em prisão domiciliar desde 4 de agosto, acusado de atrapalhar investigações em outro inquérito. A conversão da prisão domiciliar em preventiva marca um novo estágio do processo e reforça o isolamento judicial do ex-presidente, agora mantido sob custódia em instalações da PF.Novas informações devem ser divulgadas pela Polícia Federal e pelo STF conforme avançarem os procedimentos relacionados à detenção e à permanência de Bolsonaro na Sala de Estado.

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