HOME > Nordeste

Cid diz que aproximação de Ciro Gomes com bolsonarismo é 'constrangedora'

Cid Gomes declara apoio à reeleição de Elmano de Freitas ao governo do Ceará

Ciro (à esq.) e Cid Gomes (Foto: Adriano Machado - Reuters / Agência Senado)

247 - O senador Cid Gomes (PSB) reafirmou publicamente que apoiará a eventual reeleição do governador Elmano de Freitas (PT) ao governo do Ceará em 2026. A declaração foi feita durante participação no Talk Show Ivo Milgrau. O parlamentar também criticou o novo alinhamento político do irmão, Ciro Gomes (PSDB).

Segundo Cid, seu posicionamento em relação ao pleito estadual já está definido. “Eu, pessoalmente, tenho um compromisso com o Elmano. Se ele for candidato à reeleição, eu tenho um compromisso de votar com ele. Esse é o meu jeito de ser. Eu assumo as minhas posições”, afirmou o senador, reiterando que não pretende rever o apoio.

A fala foi motivada por questionamentos do público sobre a aproximação de Ciro com o grupo bolsonarista no Ceará, liderado pelo deputado federal André Fernandes (PL). Cid foi enfático ao classificar o movimento político do irmão como um motivo de desconforto: “Não tem assunto para mim mais constrangedor, mas eu tenho e me esforço para ter sempre a minha consciência tranquila”.

O senador lembrou ainda que a mais recente ruptura dentro do clã Ferreira Gomes ocorreu no contexto das eleições de 2022, quando divergências internas levaram ao rompimento entre o PDT e a base governista no estado. O episódio resultou na saída de Cid e de seus aliados da legenda brizolista, além da derrota nacional de Ciro e da derrota local de Roberto Cláudio (União Brasil) ao governo estadual. “Acho que juntou o fígado do Ciro com uma ambição desmedida do Roberto Cláudio e resolveram romper uma relação que a gente tinha com o Camilo, que tinha sido governador pelo meu apoio e que foi reeleito”, disse Cid.

Ele relatou ainda que, antes da crise, trabalhava para consolidar o apoio de Lula e Camilo Santana a um dos quatro pré-candidatos do PDT ao governo do Ceará. No entanto, a articulação foi interpretada por Ciro e por Roberto Cláudio como interferência indevida nos rumos do partido, fortalecendo o racha político.

Desde então, com a migração do grupo de Cid para o PSB, a prioridade tem sido reconstruir pontes com o governo estadual. “O sentimento da grande maioria dessas pessoas que eram nossas do PDT e que a grande maioria está hoje no PSB era da gente reaproximar com o Governo. E a gente vai, reaproxima, e você não pode dar cavalo de pau, pelo menos eu não tenho cara para isso”, afirmou o senador.

Cid reforçou que sua postura é guiada por coerência política e respeito aos compromissos firmados. “Se eu me aproximo, faço um pedido, faço dois pedidos, faço três pedidos, estou lá, aí de última hora, eu vou mudar de opção? É complicado”, declarou. Atualmente, o PSB articula apoio do governo federal à candidatura do deputado federal Júnior Mano (PSB) ao Senado, movimento que integra a estratégia de consolidação da aliança entre os partidos.

Artigos Relacionados