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Assessor do governo Tarcísio é alvo da PF e pede demissão após operação

Polícia Federal investiga fraudes em licitações e desvios de verbas da Educação em prefeituras de SP e do Paraná

Mario Botion, ex-prefeito de Limeira e Assessor da secretaria de Governo em SP (Foto: Reprodução)

247 - Um assessor direto de Gilberto Kassab (PSD), secretário de Governo da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo, foi alvo de uma operação da Polícia Federal nesta quarta-feira (12) que apura fraudes em licitações e desvio de recursos públicos. A informação é da Folha de S. Paulo

Horas após a ação, o servidor, Mário Botion, pediu demissão do cargo de diretor de Convênios do escritório regional de Campinas, função à qual havia sido nomeado em 31 de julho deste ano.

Segundo o governo paulista, ele será exonerado a pedido.

 “O diretor de Convênios do Escritório Regional de Campinas será exonerado a pedido”, informou a Secretaria de Governo em nota enviada à Folha.

Operação mira fraudes e superfaturamento

A ação, batizada de “Coffee Break”, foi conduzida pela Polícia Federal em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU). Os investigadores apuram um esquema de corrupção e tráfico de influência envolvendo licitações na área da Educação em prefeituras de São Paulo e do Paraná.

Foram cumpridos 50 mandados de busca e apreensão em três estados — São Paulo, Paraná e no Distrito Federal.

Entre os locais alvo da operação estavam a residência e uma das empresas de Botion, em Limeira, cidade da qual ele foi prefeito entre 2017 e 2024 pelo PSD, partido presidido nacionalmente por Kassab.

Durante as buscas, a PF apreendeu R$ 2,1 milhões em espécie.

 “As investigações apontaram indícios de crimes contra a Administração Pública, incluindo fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, além de superfaturamento e tráfico de influência”, informou a CGU em nota.

Ligação com o governo Tarcísio

Na Secretaria de Governo paulista, Botion era responsável por intermediar convênios e repasses de verbas estaduais a prefeituras da região de Campinas. 

A PF ainda não esclareceu se as investigações se referem à atuação de Botion durante o período em que foi prefeito ou já no governo Tarcísio. Segundo a corporação, o caso corre sob sigilo.

O ex-prefeito também responde a dois processos por improbidade administrativa na Justiça de São Paulo, embora sem condenações até o momento.

Segunda baixa em duas semanas

A saída de Mário Botion marca a segunda exoneração em menos de duas semanas entre os diretores regionais da Secretaria de Governo.

No fim de outubro, Décio Ventura, ex-prefeito de Ilha Comprida e recém-nomeado para o escritório do Vale do Ribeira, também deixou o cargo após revelações de que tinha quatro decisões judiciais vigentes que o impediam de disputar eleições.

Crimes investigados

Os envolvidos podem responder por corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitação, lavagem de dinheiro, contratação direta ilegal e organização criminosa, segundo nota divulgada pela Polícia Federal.

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