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Desembargador é o 1º alvo da PF após apreensão do celular de Bacellar

Análise do telefone do ex-presidente da Alerj revelou mensagens e encontro que embasaram operação da Polícia Federal

Macário Júdice Neto e Rodrigo Bacellar (Foto: Divulgação | Alerj)

247 - A prisão do desembargador Macário Judice Neto marcou o primeiro desdobramento direto da investigação da Polícia Federal após a apreensão do celular de Rodrigo Bacellar (União Brasil), então presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), destaca Octávio Guedes, do G1. A apuração aponta que Bacellar estava acompanhado do magistrado no momento em que teria feito um telefonema para o ex-deputado estadual TH Joias com o objetivo de alertar sobre uma operação policial em andamento.

Uma fonte da Polícia Federal relatou que Bacellar e Macário estavam juntos em um restaurante quando o contato telefônico foi realizado. Esse dado passou a integrar o conjunto de indícios reunidos pelos investigadores após a extração e análise do conteúdo do telefone celular do parlamentar.

Além do relato sobre o encontro presencial, a Polícia Federal identificou no aparelho de Bacellar trocas de mensagens entre ele e o desembargador. O material foi considerado relevante para fundamentar a operação que levou à prisão de Macário Judice Neto na manhã desta terça-feira (16). Os investigadores avaliam que os registros reforçam a suspeita de interferência para obstruir ações policiais.

Prisão e medidas cautelares contra Bacellar

No mesmo contexto, a Justiça determinou uma série de medidas cautelares contra Rodrigo Bacellar. Ainda na Superintendência da Polícia Federal, agentes da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) colocaram uma tornozeleira eletrônica no parlamentar e realizaram exame de corpo de delito.

Entre as determinações impostas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes estão o afastamento da presidência da Alerj, o uso obrigatório da tornozeleira eletrônica, o recolhimento domiciliar noturno das 19h às 6h, além do recolhimento integral aos fins de semana e feriados. Bacellar também está proibido de manter contato com outros investigados, teve de entregar todos os passaportes e teve suspenso o porte de arma de fogo.

Defesa do desembargador contesta prisão

Em nota enviada à imprensa, a defesa do desembargador Macário Judice Neto afirmou que a decisão que resultou na prisão teria sido baseada em um equívoco. “A defesa do Desembargador Macario Judice registra, desde logo, que Sua Excelência o Ministro Alexandre de Moraes foi induzido a erro ao determinar a medida extrema. Ressalta, ainda, que não foi disponibilizada cópia da decisão que decretou sua prisão, obstando o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa. A defesa apresentará os devidos esclarecimentos nos autos e requererá a sua imediata soltura”, afirma a nota.

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