PF aponta que Bacellar avisou TH Joias sobre operação ao lado de desembargador
Investigação indica que Rodrigo Bacellar estava com Macário Judice Neto no momento do vazamento de operação da Polícia Federal
247 - Novos elementos da investigação da Polícia Federal reforçam as suspeitas sobre a atuação do deputado estadual licenciado Rodrigo Bacellar (União Brasil) no suposto vazamento de informações sigilosas que beneficiaram Thiago Raimundo dos Santos, conhecido como TH Joias, investigado por ligação com o Comando Vermelho. De acordo com os indícios reunidos pela PF, Bacellar teria avisado TH Joias sobre a operação policial quando estava acompanhado do desembargador Macário Ramos Judice Neto, preso nesta terça-feira (16), informa Octavio Guedes, da GloboNews
O desembargador Macário Judice Neto estaria ao lado de Bacellar no momento em que o então presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) fez a ligação alertando TH Joias sobre a ação policial.
A suspeita central da Polícia Federal é de que Macário Judice Neto tenha colaborado diretamente para o vazamento da operação que tinha como alvo TH Joias, parlamentar que acabou preso por suspeita de envolvimento com a facção criminosa Comando Vermelho. A presença do desembargador no momento do aviso telefônico fortalece a linha de investigação que apura a participação de agentes públicos no favorecimento a integrantes do crime organizado.
Rodrigo Bacellar já havia sido preso na primeira fase da Operação Unha e Carne, mas acabou sendo solto após decisão do plenário da Alerj, passando a responder em liberdade com o uso de tornozeleira eletrônica. Mesmo licenciado do mandato, ele segue como um dos principais alvos da investigação conduzida pela Polícia Federal, que busca esclarecer o alcance do esquema e as conexões institucionais envolvidas.
Macário Judice Neto, por sua vez, foi preso na segunda etapa da operação. Desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), ele é relator de processos sensíveis envolvendo TH Joias. Sua trajetória na magistratura é marcada por controvérsias, incluindo um afastamento de 17 anos, iniciado em 2005, após denúncias do Ministério Público Federal sobre suposta participação em um esquema de venda de sentenças no Espírito Santo.
Em nota enviada ao Brasil 247, o advogado do desembargador Macário Judice, Fernando Augusto Fernandes, declarou: "a defesa do Desembargador Macario Judice registra, desde logo, que Sua Excelência o Ministro Alexandre de Moraes foi induzido a erro ao determinar a medida extrema. Ressalta, ainda, que não foi disponibilizada cópia da decisão que decretou sua prisão, obstando o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa. A defesa apresentará os devidos esclarecimentos nos autos e requererá a sua imediata soltura".


