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Irmãos Brazão podem ter executado Marielle para intimidar Freixo, aponta a Polícia Federal

Chiquinho e Domingos Brazão já tinham um relacionamento ruim com o Psol, que piorou após a CPI das Milícias, presidida pelo então deputado estadual Marcelo Freixo

Marcelo Freixo e Marielle Franco (Foto: Divulgação/Marcelo Freixo)

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247 - A Polícia Federal (PF) mapeou mais hipóteses para o assassinato de Marielle Franco, informa o colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles. Além da disputa imobiliária em área dominada pela milícia, outros fatores teriam feito a família Brazão supostamente encomendar a execução da vereadora. De acordo com o relatório da PF, a animosidade de Chiquinho e Domingos Brazão com membros do Psol remonta ao período em que estavam vinculados ao MDB. Durante os anos em que o partido governou o Rio de Janeiro, enfrentou uma forte oposição do Psol.

Um dos pontos de tensão foi a CPI das Milícias, presidida pelo então deputado estadual do Psol, Marcelo Freixo, para investigar as perigosas conexões entre o crime organizado e a política carioca. Essa investigação revelou vínculos entre vereadores, deputados estaduais e grupos paramilitares, incluindo a Comunidade de Rio das Pedras, associada aos Brazão.

A indicação de Domingos Brazão para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) também gerou controvérsia. A oposição do Psol argumentou contra sua nomeação, alegando que não foram respeitados os procedimentos formais, e conseguiu suspender temporariamente a nomeação através de uma liminar. Marielle Franco, então assessora de Marcelo Freixo, participou ativamente da mobilização contra essas nomeações e contra o MDB. Acredita-se que isso tenha contribuído para a decisão dos Brazão de eliminar Marielle, visando intimidar Freixo.

A PF também destacou a atuação de Laerte Lima da Silva, infiltrado no Psol pelo grupo dos Brazão, que teria fornecido informações distorcidas sobre as atividades políticas de Marielle, superdimensionando suas ações e influência. “Ronnie Lessa relatou que foi durante a primeira reunião com os irmãos Brazão, por volta de setembro de 2017, ocasião em que restou acertada a execução de Marielle Franco, que surgiram as primeiras falas sobre a motivação do crime, que dão conta de que a vítima teria sido posta como um obstáculo aos interesses dos irmãos, sendo certo que tal percepção decorreria de informações oriundas de Laerte Lima da Silva. O colaborador [Lessa] narrou que Domingos Brazão passou a ser mais específico sobre os obstáculos que a vereadora [Marielle] poderia representar. São feitas referências a reuniões que a vereadora teria mantido com lideranças comunitárias da região das Vargens, na Zona Oeste Rio de Janeiro, para tratar de questões relativas a loteamentos de milícia. Então, mencionou-se que, por conta de alguma animosidade, haveria um interesse especial da vereadora em efetuar este combate nas áreas de influência dos Brazão, dado que seria oriundo das ações de infiltração de Laerte”, apontou o relatório da PF.

No último domingo, Chiquinho Brazão, Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa foram presos e posteriormente transferidos para presídios federais após ação conjunta da PF, Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro e Secretaria Nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Os mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

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