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Sudeste

Levantamento de 2016 já indicava área que deslizou em Ouro Preto como de 'alto risco'

Local onde ficavam casarões destruídos em Ouro Preto (MG) tem risco desde 1979

(Foto: Júlio Lana/arquivo pessoal)
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247 - Levantamento de 2016 já indicava área que deslizou em Ouro Preto como de alto risco, informou o G1. Técnicos do Serviço Geológico do Brasil, do Ministério de Minas e Energia, aposta visita na área do Morro da Forca, no centro de Ouro Preto, sugeriram estudo geotécnico para verificar a estabilização de encosta, implantação e manutenção de sistema de drenagens e monitoramento da área em período de muita chuva.

Nesta quinta-feira, 13, ocorreu um deslizamento no morro, destruindo completamente um casarão histórico, o Solar Baeta Neves, a primeira construção de estilo neocolonial do município que datava do final do século XIX e que compunha o conjunto arquitetônico e urbanístico da cidade. O conjunto arquitetônico de Ouro Preto foi declarado patrimônio mundial pela Unesco em 1980.

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No estudo de 2016, os geólogos já haviam classificado a área como sendo de alto risco para deslizamentos. "As construções próximas a base da encosta estão sujeitas a serem atingidas pela movimentação do material. A pouca espessura de solo, e o contato brusco com a rocha é um agravante para o desencadeamento de rupturas", disseram no documento intitulado "Ação Emergencial para Reconhecimento de Áreas de Alto e Muito Alto Risco a Movimentos de Massa e Enchentes".

Segundo o jornal Estado de Minas, o desabamento já era previsto pela prefeitura desde 2012, quando os imóveis foram interditados devido a um deslizamento ocorrido na época. O jornal mineiro, no entanto, reforça que o histórico de deslizamentos e movimentação da encosta existe desde 1979.

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O desastre que afeta a memória histórica e cultural do Brasil podia ser previsto. Em 2012, o governo de Minas Gerais captou recursos federais para obras de contenção de encostas em Ouro Preto, mas os projetos ficaram parados.

Para o Estado de Munas, o prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo (PV), disse que no último ano de seu terceiro mandato, em 2012, foi pleiteado por meio do PAC das Encostas, um convênio com o governo federal para atender áreas como a do Morro da Forca no sentido de evitar acidentes e proteger o patrimônio.

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O prefeito alega que após sua saída nada foi feito no local nas gestões municipais que o sucedeu e que em abril de 2021, a prefeitura obteve a liberação de R$35 milhões para obras nas encostas do município. 

Os recursos foram direcionados para a recuperação da MG129 e para a conclusão da pavimentação do trecho da Serrinha, próximo ao distrito de Lavras Novas.

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MPF investiga

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um procedimento administrativo nesta quinta-feira, 13, para investigar as causas do desabamento de imóveis históricos em Ouro Preto (MG). O órgão informou que vai apurar as circunstâncias do desabamento da encosta e pediu informações aos órgãos responsáveis.

O MPF solicitou ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), por meio de ofício, que o órgão apresente informações sobre a extensão dos danos culturais e também a indicação de outros imóveis em situação de risco, e ainda pediu esclarecimento sobre as medidas a serem tomadas para preservação do patrimônio histórico.

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O Ministério Público também pediu informações à Prefeitura de Ouro Preto para saber se há risco de novos deslizamentos que possam atingir outros imóveis e quais providências o município irá tomar.

Segundo o Iphan, será necessário aguardar a limpeza da área e os riscos de outros deslizamentos para uma avaliação sobre a reconstrução do Solar.

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Solar Baeta Neves

A primeira construção de estilo neocolonial do município, Solar Baeta Neves, que datava do final do século XIX, foi construído por uma tradicional família de comerciantes às margens do Córrego Funil, próximo à Estação Ferroviária, local de maior desenvolvimento local antes da transferência da capital para Belo Horizonte.

Ainda conforme a reportagem, o terreno em que o casarão foi edificado teria sido adquirido em 1890 pela família Baeta Neves e construído nos dois anos seguintes. O imóvel possuía casa tinha pisos em marchetaria e o teto em madeira era totalmente feito à mão.

O Solar Baeta Neves foi um dos imóveis restaurados pelo Programa Monumenta, do Iphan em parceria com a Prefeitura de Ouro Preto. O projeto de restauro contou com investimentos de R$ 373,5 mil e foi entregue em 2010. Em 2012, o local foi interditado por causa de outro deslizamento de terra nas imediações de onde foi construído.

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