PP avalia candidatura própria em São Paulo após críticas a Tarcísio
Partido aponta distanciamento do governo estadual, insatisfação de prefeitos e debate nomes para disputar o Palácio dos Bandeirantes
247 - O Progressistas (PP) discute internamente a possibilidade de lançar um candidato próprio ao governo de São Paulo nas próximas eleições, em um movimento que evidencia o desgaste da relação com o governador Tarcísio de Freitas, do Republicanos. A avaliação ocorre em meio a reclamações de lideranças municipais e parlamentares da legenda, que apontam dificuldades de diálogo e falta de articulação política por parte da atual gestão estadual. As informações foram divulgadas pela coluna Painel, da Folha de S.Paulo.
Segundo o partido, há um “crescente descontentamento de prefeitos” e queixas frequentes sobre a condução da relação institucional com o Executivo paulista, cenário que levou a sigla a reavaliar sua estratégia eleitoral no estado.
A lista de críticas apresentada pelo PP inclui problemas de comunicação e uma “percepção de distanciamento” entre o governo Tarcísio e a direção partidária, tanto no plano nacional quanto no estadual. Nacionalmente, o partido é comandado pelo senador Ciro Nogueira (PI), enquanto em São Paulo a presidência está a cargo do deputado federal Mauricio Neves.
Outro ponto de atrito destacado pela legenda é a avaliação de que foi “insuficiente o apoio público e concreto” oferecido pelo governador ao ex-secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite, que se coloca como pré-candidato ao Senado com o aval da família Bolsonaro.
Entre os nomes que circulam como possíveis postulantes do PP ao Palácio dos Bandeirantes estão o deputado federal Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente atualmente filiado ao Novo, e Filipe Sabará, que já atuou nos governos João Doria e Tarcísio de Freitas. Sabará também coordenou a campanha de Pablo Marçal (PRTB) à Prefeitura de São Paulo e se tornou um dos interlocutores da candidatura presidencial do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
O partido afirma ainda que outros quadros com “viabilidade eleitoral, capacidade de articulação partidária e apoio de lideranças políticas de peso” estão sendo analisados no processo interno de definição. Em nota, a sigla reforçou o diagnóstico sobre a crise de relacionamento no estado: “Entre os principais motivos está o crescente descontentamento de prefeitos da legenda. Hoje, o PP conta com 54 prefeitos em São Paulo. Há queixas recorrentes sobre a falta de atenção a parlamentares, dificuldades de comunicação e uma percepção de distanciamento entre membros do atual governo estadual e a direção partidária do PP, tanto em nível nacional quanto estadual”.
De acordo com a avaliação interna, a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro ao Planalto também influencia o debate estratégico. O PP considera que pode ser mais vantajoso lançar um candidato ao governo paulista “mais alinhado ao projeto nacional da sigla”, o que facilitaria a composição das chapas para deputado federal e estadual em São Paulo e fortaleceria o posicionamento do partido no cenário nacional.


