Saiba quem são os líderes do CV que serão transferidos para presídios federais
Sete dos presos fazem parte da cúpula do Comando Vermelho e serão transferidos para presídios federais
247 - O governo do Rio de Janeiro decidiu transferir dez integrantes do Comando Vermelho (CV) da penitenciária de Bangu 3 para unidades federais de segurança máxima. A medida foi tomada após a operação no Complexo da Penha, na última terça-feira (28), que terminou - segundo dados do governo estadual - com 64 mortos, incluindo dois policiais civis e dois militares. O número de mortos, porém, já ultrapassa de 100. A decisão, segundo a coluna de Paulo Cappelli, do Metrópoles, foi definida em uma ligação entre o governador Claudio Castro (PL) e o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Sete membros da cúpula da facção estão entre os transferidos
Dos dez detentos, sete fazem parte da chamada “Comissão do Comando Vermelho”, núcleo responsável por orientar as ações da facção em todo o país. São eles:
Wagner Teixeira Carlos, o Waguinho de Cabo Frio, braço direito de Kadu Playboy;
Rian Maurício Tavares Mota, o Da Marinha, operador de drones no Complexo da Penha;
Roberto de Souza Brito, o Irmão Metralha, com atuação no Complexo do Alemão;
Arnaldo da Silva Dias, o Naldinho, administrador da “Caixinha” do CV em Resende;
Alexander de Jesus Carlos, o Choque ou Coroa, atuante no Alemão;
Marco Antônio Pereira Firmino, o My Thor, com base no Centro e em Santo Amaro;
Fabrício de Melo de Jesus, o Bicinho, ligado a Volta Redonda.
Outros três presos que não integram a cúpula também serão enviados ao sistema federal:
Leonardo Farinazzo Pampuri, o Léo Barrão, da Vila Kennedy;
Carlos Vinícius Lírio da Silva, o Cabeça de Sabão, da Favela do Lixão, em Niterói;
Eliezer Miranda Joaquim, o Criam, liderança da Baixada Fluminense.
Operação na Penha foi a maior ofensiva recente contra o CV
A megaoperação que antecedeu a decisão mobilizou cerca de 2,5 mil agentes da Polícia Civil, da Polícia Militar e do Ministério Público do Rio (MPRJ). O objetivo era desmantelar a estrutura do Comando Vermelho e enfraquecer seu poder de articulação nas comunidades. Durante os confrontos, os criminosos montaram barricadas, lançaram explosivos por drones e dispararam contra as forças de segurança. A ofensiva terminou com 64 mortos e expôs o nível de armamento e coordenação do grupo.
Governo busca quebrar comando e comunicação interna
O Palácio Guanabara e o governo federal acreditam que o envio dos presos ao sistema federal é essencial para interromper a cadeia de comando e reduzir a comunicação com comparsas em liberdade. O isolamento, segundo autoridades fluminenses, deve dificultar o controle da facção sobre territórios no estado.
As transferências ocorrerão de forma escalonada, com forte esquema de segurança. Em presídios federais, os detentos enfrentam rotinas rígidas, monitoramento constante e restrição total de contato externo, o que limita o planejamento de ações criminosas a partir do cárcere.



