São Paulo registra 10ª morte por intoxicação com metanol
Laudo do IML confirma que vítima de Sorocaba morreu após consumir bebida adulterada, elevando para 49 os casos confirmados no estado
247 - O estado de São Paulo confirmou a 10ª morte relacionada à intoxicação por metanol, segundo divulgou o jornal O Globo. O caso mais recente envolve Felipe Henrique Alves da Silva, de 26 anos, morador de Sorocaba, que morreu em 16 de agosto após apresentar sintomas compatíveis com envenenamento por substâncias químicas.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML), finalizado na terça-feira (25), apontou intoxicação por metanol associada ao uso de cocaína. A Polícia Civil classificou a ocorrência como morte suspeita e investiga como ocorreu a contaminação.
Felipe começou a se sentir mal após consumir bebida alcoólica, conforme relatou a Prefeitura de Sorocaba. Ele teve dores de cabeça, náuseas e ânsia de vômito antes de morrer em sua casa, no Parque Manchester. O Samu foi acionado, mas, ao chegar ao local, a vítima já estava sem vida.
Com esta ocorrência, o estado soma dez mortes confirmadas desde agosto em razão de bebidas adulteradas com metanol. As demais vítimas são quatro moradores da capital — com idades de 45, 46, 54 e 27 anos —, três habitantes de Osasco — uma mulher de 27 anos e dois homens de 25 e 23 anos —, além de uma mulher de 30 anos de São Bernardo do Campo e um homem de 37 anos de Jundiaí.
No total, São Paulo contabiliza 49 casos confirmados de intoxicação por metanol. Outros oito seguem em análise, incluindo cinco mortes que aguardam laudos. Os óbitos sob investigação ocorreram em Guariba, São Vicente, São José dos Campos e Cajamar. Até o momento, 516 suspeitas foram descartadas.
O metanol é um composto químico amplamente utilizado na indústria, presente em produtos como vernizes, diluentes e anticongelantes. Por ser incolor, ter odor semelhante ao álcool comum e ser mais barato de produzir, criminosos o utilizam para adulterar bebidas alcoólicas. Especialistas apontam que o consumidor não consegue identificar a fraude, porque sabor e efeitos iniciais são muito parecidos com os de bebidas legítimas.
Os sintomas da intoxicação costumam surgir horas depois e incluem confusão mental, visão turva, dor abdominal intensa, náuseas e falta de ar. Pequenas quantidades podem causar danos severos ao fígado, ao cérebro e aos olhos, podendo levar à cegueira, coma e morte. O processo de metabolização do metanol forma substâncias tóxicas, como o formaldeído e o ácido fórmico, responsáveis pelas lesões.
O tratamento precisa ser iniciado rapidamente. Em ambiente hospitalar, há medicamentos específicos, além da possibilidade de diálise para auxiliar na eliminação do composto. O etanol é considerado o antídoto, pois compete com o metanol no metabolismo hepático, reduzindo a formação de elementos tóxicos — desde que administrado de forma imediata e controlada pelas equipes médicas.



