Fotos tiradas por testemunhas ajudaram polícia a identificar suspeito do feminicídio de Catarina Kasten em SC
Segundo a Polícia Civil, as testemunhas entregaram fotos que ajudaram a confirmar a presença de Giovane Correa Mayer, de 21 anos, na trilha
247 - A Polícia Civil de Santa Catarina confirmou que o suspeito de assassinar Catarina Kasten, de 31 anos, na trilha que leva à Praia do Matadeiro, em Florianópolis, foi identificado com a ajuda de fotografias feitas por duas mulheres que estavam na região. As informações foram divulgadas originalmente pela CNN Brasil. As imagens, somadas a registros de câmeras de segurança, permitiram cruzar horários, localizar o suspeito e reconstruir os passos momentos antes do ataque.
Segundo a Polícia Civil, as testemunhas entregaram fotos que ajudaram a confirmar a presença de Giovane Correa Mayer, de 21 anos, na trilha pouco antes do crime. Ele já havia sido captado por câmeras de monitoramento circulando pelo local em horários compatíveis com o trajeto feito por Catarina na manhã do dia 21 de novembro. Nas imagens, Mayer aparece observando a área antes de seguir em direção à vítima.
Catarina havia saído de casa por volta das 6h50 para uma aula de natação e não retornou no horário previsto, o que levou seu companheiro a acionar as autoridades. As buscas contaram com apoio de moradores, grupos de natação e da Polícia Militar. Objetos pessoais da vítima foram encontrados ao longo da trilha, reforçando a suspeita de que ela pudesse ter sido atacada na região.
O corpo da jovem foi localizado em uma área de mata após a denúncia de moradores que avistaram algo suspeito. Laudos iniciais indicam que Catarina morreu por asfixia provocada por estrangulamento. Segundo a investigação, ela também foi vítima de violência sexual. Mayer foi localizado em casa e, após ter as roupas identificadas como as mesmas usadas no dia do crime, confessou espontaneamente o assassinato. Ele teve a prisão em flagrante decretada.
O caso, registrado como feminicídio, está sob responsabilidade da Delegacia de Homicídios da Capital. Com novas informações colhidas durante a investigação, a Polícia também reabriu um procedimento de 2022 sobre um estupro contra uma idosa de 69 anos, no qual Mayer aparece como testemunha.
Reconstrução do crime
Câmeras instaladas nos arredores da trilha registraram Mayer andando pela região, observando o movimento e circulando repetidamente. As gravações foram fundamentais para os investigadores identificarem o momento em que o suspeito passou pela área pela última vez antes do ataque.
As buscas ganharam ritmo na manhã daquele dia após moradores encontrarem pertences de Catarina ao longo do caminho. Pouco depois, dois homens abordaram policiais informando ter visto um corpo na mata. O achado confirmou a gravidade do caso e acelerou a coleta de provas.
Levada à delegacia, a polícia apresentou a Mayer as evidências reunidas: imagens de câmeras, relatos de testemunhas e as fotografias feitas por duas mulheres que o viram na trilha. Confrontado com os elementos, o jovem confessou o crime e foi preso.
Quem era Catarina Kasten
Catarina Kasten era estudante do Programa de Pós-Graduação em Inglês da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A instituição lamentou o crime, afirmando que situações de violência como essa “não podem ser naturalizadas” e expressando confiança no trabalho das autoridades. Antes de ingressar em Letras, Catarina estudou Engenharia de Produção e integrou o Centro Acadêmico Livre de Engenharia de Produção (CALIPRO).
O feminicídio provocou grande comoção em Florianópolis e reacendeu debates sobre segurança em trilhas e áreas naturais da cidade. As investigações continuam, e o caso deve seguir para a Justiça após a conclusão dos laudos periciais.c

