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      Brasil prioriza ampliação do uso de IA na saúde durante presidência do BRICS

      País quer liderar discussões sobre inovação digital e governança de dados no setor de saúde global

      (Foto: Rovena Rosa / Agência Brasil)
      Paulo Emilio avatar
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      247 - A ampliação do uso de inteligência artificial (IA) na área da saúde será um dos principais temas da presidência brasileira do BRICS em 2025. O governo pretende liderar debates sobre o desenvolvimento de novas tecnologias para o setor, além de promover uma governança robusta de dados, que permita aos países do bloco enfrentar desafios no acesso aos sistemas de saúde e identificar padrões complexos de doenças.

      A secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, destaca que a experiência brasileira com o uso de IA no Sistema Único de Saúde (SUS) e a criação de um setor especializado na digitalização da saúde são contribuições relevantes que o Brasil levará ao BRICS. “As iniciativas de digitalização da saúde já foram reconhecidas como inovadoras a nível das Américas pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Agora, vamos poder mostrar isso ao BRICS”, afirmou Ana Estela.

      Desafios da cooperação internacional - A colaboração entre os países do BRICS enfrenta desafios estruturais, como diferenças na infraestrutura tecnológica, divergências regulatórias e a necessidade de garantir privacidade e segurança das informações de saúde. Para superar essas barreiras, os países do bloco estão trabalhando em soluções conjuntas que garantam qualidade e interoperabilidade das bases de dados, assegurando, ao mesmo tempo, os direitos dos cidadãos.

      “O que o BRICS traz é a oportunidade de conhecermos a experiência dos demais países e compartilharmos a nossa. Trata-se do desenvolvimento em um senso amplo da informação e da saúde digital”, ressaltou Ana Estela. Durante a presidência brasileira, o BRICS debaterá padrões comuns para coleta, armazenamento e compartilhamento de dados, além de promover diretrizes éticas e marcos regulatórios para garantir transparência e inclusão no desenvolvimento tecnológico.

      IA para eficiência e equidade na saúde - A cooperação internacional pode impulsionar pesquisas conjuntas e a criação de plataformas de inovação para aprimorar a resposta sanitária global. Um dos focos do Brasil será a aplicação da IA na medicina de precisão, explorando dados genéticos e ambientais para personalizar tratamentos e aperfeiçoar estratégias de prevenção de doenças. “O Brasil está comprometido em fortalecer a saúde digital e a IA na saúde, em colaboração com o setor privado, com foco na inclusão, equidade e justiça social”, reforçou a secretária.

      Um dos objetivos dos debates será a criação de uma plataforma para o desenvolvimento conjunto de pesquisas em áreas como previsão de doenças, emergências sanitárias, vigilância em saúde pública e otimização dos sistemas de saúde. Além disso, a inteligência artificial poderá ser aplicada na gestão em saúde baseada em evidências, permitindo um monitoramento mais preciso e a avaliação de políticas públicas.

      A integração da IA em diagnósticos, gestão hospitalar e monitoramento epidemiológico pode otimizar recursos, reduzir desigualdades e fortalecer a capacidade de resposta a emergências sanitárias. O uso da tecnologia permite análises de dados mais eficazes, garantindo a alocação eficiente de recursos e a sustentabilidade dos sistemas de saúde. Essa abordagem visa enfrentar um dos principais desafios globais: a desigualdade no acesso aos serviços de saúde.

      Transformação digital do SUS - Desde 1990, o Brasil conta com o Sistema Único de Saúde (SUS), um modelo público e universal que realiza cerca de 2,8 bilhões de atendimentos anuais. Em 2023, o Ministério da Saúde criou a Secretaria de Informação e Saúde Digital (SEIDIGI), responsável por coordenar a transformação digital do SUS. O objetivo é ampliar o acesso, garantir a integralidade do atendimento e promover a continuidade do cuidado em saúde.

      Com a liderança do Brasil no BRICS, o governo pretende fortalecer a cooperação internacional para impulsionar a inovação digital na saúde, assegurando que a inteligência artificial se torne uma aliada na construção de sistemas de saúde mais eficientes, inclusivos e sustentáveis.

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