Padilha aponta alta histórica na vacinação e derrota das fake news
Ministro da Saúde destaca alta nas 16 vacinas obrigatórias e novos avanços contra dengue e bronquiolite
247 - O Brasil vem registrando uma recuperação consistente dos índices de vacinação, com crescimento contínuo da cobertura dos imunizantes do calendário obrigatório. A avaliação é do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que atribui os resultados a uma combinação de campanhas nacionais, fortalecimento do Sistema Único de Saúde e enfrentamento direto à desinformação.
As declarações foram feitas em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, exibido pelo Canal Gov. Segundo Padilha, desde 2023 o país apresenta aumento anual na cobertura vacinal, revertendo um período marcado pelo avanço do negacionismo e pela circulação de informações falsas sobre imunizantes.
Cobertura vacinal cresce em todo o calendário obrigatório
O ministro ressaltou que os dados mais recentes indicam melhora nos 16 imunizantes previstos no calendário obrigatório. “Muita gente acaba acreditando nessas mentiras, mas estamos vencendo essa batalha. Desde 2023, todo ano tem subido a cobertura vacinal. Em todas as 16 vacinas do calendário obrigatório estamos tendo cobertura maior em 2025 do que em 2024”, afirmou Alexandre Padilha.
De acordo com ele, a retomada de campanhas nacionais, a atuação integrada com estados e municípios, além de parcerias com escolas e programas sociais, foram decisivas para ampliar o alcance da vacinação.
Ações contra fake news e judicialização da desinformação
Padilha destacou que o Ministério da Saúde também passou a atuar no campo jurídico para conter a propagação de informações falsas que impactam diretamente a saúde pública. “São pessoas espalhando mentiras e, infelizmente, até ganhando dinheiro com isso. O Ministério da Saúde, inclusive com a Advocacia Geral da União, entrou com ação judicial, inclusive do ponto de vista de questionamento de médicos que saíram vendendo cursos, vendendo detox de vacina, espalhando mentiras”, alertou.
Segundo o ministro, o combate à desinformação é parte central da estratégia para recuperar a confiança da população nas políticas de imunização.
Vacina nacional contra a dengue amplia arsenal de combate
Outro ponto enfatizado foi a aprovação, pela Anvisa, de uma nova vacina contra a dengue desenvolvida no Brasil pelo Instituto Butantan, com apoio do Ministério da Saúde e financiamento do BNDES. “Ganhamos uma segunda arma importante, que é essa nova vacina desenvolvida aqui no Brasil. A Anvisa avaliou a vacina e quem tomou, mais de 70% não tiveram sintoma de dengue, mais de 90% não tiveram sinal grave, então é uma grande arma”, afirmou.
Padilha ponderou, contudo, que a vacinação não substitui as ações preventivas. “A gente não pode esquecer que mais de 80% dos criadouros do mosquito estão dentro da casa das pessoas. Se a gente fizer aquele trabalho de prevenção todo dia, a gente consegue reduzir os casos como conseguimos este ano, que tivemos 75% de redução em relação a 2024. A nova vacina vai aumentar a capacidade de controle, mas não vamos deixar de fazer as ações que podemos no dia a dia”, disse.
Crianças e adolescentes no centro das campanhas
O ministro também reforçou a importância da vacinação infantil e juvenil, fazendo um apelo direto aos pais e responsáveis. “Não neguem aos filhos esse direito. Hoje você tem a caderneta de vacinação no celular, no SUS digital, pega a caderneta da criança, porque tem muito mais vacinas hoje”, declarou.
Ele destacou as facilidades oferecidas pelo SUS Digital, como alertas automáticos sobre vacinas em atraso, além da possibilidade de vacinação nas escolas mediante autorização. “O celular manda mensagem para o pai, para a mãe, indica se está faltando vacina, se está na hora de tomar. Se a pessoa tem dificuldade na unidade básica de saúde, assina um termo de autorização e a criança pode ser vacinada na escola. Só na escola, mais de 1,2 milhão se vacinaram este ano, porque a gente precisa consolidar e fazer essa grande rede de proteção à vida”, afirmou.
Vacina contra bronquiolite passa a ser oferecida pelo SUS
Padilha abordou ainda o início da campanha nacional contra o vírus sincicial respiratório, responsável por casos graves de bronquiolite em recém-nascidos. A vacina passou a ser ofertada gratuitamente pelo SUS para gestantes a partir da 28ª semana de gestação. “A vacina da bronquiolite é muito importante para gestantes no nosso inverno. Estamos vacinando agora, porque é a principal causa de internação de crianças até um ano de idade e a principal causa de óbitos por doenças respiratórias. A vacina está no SUS agora, a partir de dezembro”, explicou.
Ele ressaltou a diferença de custo em relação à rede privada. “Se a gestante for na clínica privada, vai pagar R$ 1.500, eu já vi cobrarem R$ 4 mil, e agora está de graça no SUS”, disse. Em seguida, fez um chamado ao público-alvo. “Toda gestante que estiver na 28ª semana de gestação, procure a unidade de saúde para se vacinar agora, para quando chegar o inverno, o bebê nascer protegido. A partir da 28ª. Então, se estiver até no último dia de gravidez, tome a vacina que vai proteger não só o bebê quando passa pela placenta, mas no aleitamento materno, já passando anticorpos para o bebê”.



