Cúpula civil do Brics destaca protagonismo popular na construção da multipolaridade
Na mesa de abertura, estiveram representantes de peso
Por Moara Crivelente, da Executiva Nacional do Cebrapaz, para o 247 - Começou na segunda-feira (1) a Cúpula Popular do Brics, o encontro do Conselho Civil do agrupamento, no Rio de Janeiro-RJ, com uma mesa de abertura de peso. Representantes de 21 países reúnem-se na capital fluminense para discutir o futuro do multilateralismo e da governança global, com foco no papel e nas demandas dos povos do Sul Global.
Na mesa de abertura, estiveram representantes do Conselho Brasileiro do Conselho Civil do Brics, pelo Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), o presidente e editor internacional do Brasil 247, José Reinaldo Carvalho; João Pedro Stedile e Judite Santos, da coordenação do Movimento de Trabalhadores Sem Terra (MST) e Marco Fernandes, também do MST; e Victoria Panova, diretora do Conselho de Especialistas Brics/Rússia. Estiveram também na mesa Elias Jabbour, presidente do Instituto Pereira Passos (IPP), Maíra do MST, vereadora do Rio de Janeiro pelo PT; Marina do MST, deputada estadual do Rio de Janeiro pelo PT; e Jandira Feghali, deputada federal do Rio de Janeiro, do PCdoB.
A abertura iniciou pelo canto do Coral das Mulheres do Povo Guajajara da Aldeia Maracanã, do Rio de Janeiro, com falas sobre a diversidade cultural e a luta dos povos indígenas do Brasil pelo reconhecimento e a promoção dos seus direitos.
Entre as diversas intervenções, foram contundentes as denúncias da exploração, do racismo, das ameaças ao futuro e da destruição da natureza, que acometem diretamente os povos.
José Reinaldo Carvalho enfatizou a luta contra o imperialismo, a ingerência e as ofensivas contra o povo irmão da Venezuela e o genocídio do povo palestino por Israel.
A presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco do Brics, Dilma Rousseff, enviou a sua saudação em vídeo e avaliou a importância do fórum. "O Brics que sonhamos não é só o BRICS dos gabinetes, é também o Brics dos povos e dos trabalhadores", disse.
Victoria Panova, da Rússia, enfatizou que o Brics é o futuro e que os povos olham para o agrupamento como um farol de esperança, daí a necessidade e a importância da formação e da legitimação do Conselho Civil pelos seus líderes.
Stedile recordou o percurso de estabelecimento do fórum popular e a sua formalização na Cúpula de Kazan, em 2024, pelos líderes do Brics. Também mencionou a proposta de criação de um fórum similar para o próprio Banco do Brics, para que os povos e as organizações populares tenham a oportunidade de participar no processo de decisão e formulação de projetos de financiamento das suas ideias e propostas de desenvolvimento.
O evento decorre até o dia 4 de dezembro, com mesas de debate, aula pública, eventos culturais e reuniões entre os membros do Conselho Civil do Brics.



