247 - Está preso na sede da Polícia Federal em São Paulo o empresário Mustafa Göktepe, cidadão turco-brasileiro detido por determinação do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão, revelada nesta quarta-feira (1º), atendeu a um pedido do governo da Turquia, que acusa Göktepe de integrar uma organização terrorista.&nbsp;
De acordo com o jornal <a href="https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2025/05/01/empresario-turco-brasileiro-e-preso-pela-policia-federal-por-determinacao-do-stf-apos-pedido-do-governo-erdogan.ghtml">O Globo</a>, o empresário, que vive no Brasil há mais de duas décadas e é naturalizado brasileiro há 13 anos, é apontado como opositor do presidente turco Recep Tayyip Erdogan. Segundo a acusação turca, ele estaria vinculado ao movimento Hizmet, fundado pelo clérigo Fethullah Gülen — ex-aliado de Erdogan e falecido em 2024, no exílio nos Estados Unidos. O Hizmet é classificado como organização terrorista pela administração turca, que responsabiliza o grupo pela tentativa de golpe de Estado em 2016.
Em nota, o advogado de defesa Beto Vasconcelos repudiou a solicitação de extradição feita por Ancara. “O pedido do governo turco representa uma violenta e ilegal perseguição política”, afirmou. Ele ainda destacou que Göktepe “é brasileiro naturalizado há 13 anos, residente estável no Brasil há 21 anos, é casado com uma brasileira, pai de duas filhas brasileiras, empresário, professor visitante na USP, conhecido pela defesa da democracia, tolerância política e religiosa”.
A decisão de Dino se baseou na constatação de que o pedido de extradição preenche os critérios previstos na Lei de Migração brasileira. O governo da Turquia apresentou os documentos exigidos, como a identificação do acusado, a descrição dos fatos atribuídos a ele e a ordem judicial emitida por autoridades turcas.
Apesar da prisão cautelar, o mérito do pedido de extradição ainda será analisado pelo Supremo. Vasconcelos declarou ter “confiança de que, assim que o STF receber nossas informações, revogará a prisão e negará a extradição”. Ele lembrou ainda que “o STF, por duas vezes e de forma unânime, já negou pedidos idênticos a este”.

Paulo Emilio

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Brasil

Empresário turco-brasileiro Mustafa Göktepe é preso pela PF em São Paulo por ordem do STF

247 - Israel e Turquia estão conduzindo conversas iniciais para a criação de um mecanismo de coordenação militar na Síria, com o objetivo de evitar choques diretos entre as forças dos dois países. A informação foi publicada pelo The Jerusalem Post, com base em relatos de uma fonte próxima às negociações, e confirmada por declarações do ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan.
Segundo essa fonte, a proposta em discussão busca replicar o modelo de coordenação que Israel mantinha com a Rússia durante o período em que Bashar al-Assad consolidava seu poder na Síria. O arranjo, à época, “evitou com sucesso fricções desnecessárias” entre Moscou e Jerusalém, conforme destacou a mesma fonte ao jornal israelense.
Embora as tratativas estejam em estágio inicial, Fidan confirmou à emissora CNN Türk que os dois países mantêm diálogos com foco na redução de tensões. “Não temos a intenção de confrontar nenhum país dentro da Síria, incluindo Israel”, afirmou o chanceler turco.
<h3>Tensões recentes e movimentações militares</h3>
As conversas ocorrem após ataques israelenses contra várias bases militares em território sírio. Fontes do Jerusalem Post interpretam os bombardeios como um recado direto à Turquia, que estaria planejando instalar uma base de drones na base síria de T4 — um movimento que criaria um “guarda-chuva aéreo” turco na região e limitaria a liberdade de ação da aviação israelense sobre o território sírio.
Em reunião com seu gabinete de segurança, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu reforçou que Israel “não busca confronto com a Turquia”, mas advertiu: “Não hesitaremos em agir quando for necessário para nos defendermos”. Netanyahu ainda afirmou que, caso a situação exija, pedirá apoio ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dada a sua boa relação com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan.
<h3>Intermediação do Azerbaijão</h3>
O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, revelou que seu país tem atuado como mediador nas conversas entre Turquia e Israel. Em discurso realizado em Baku, Aliyev destacou a relação amistosa com ambos os países e demonstrou preocupação com o acirramento das tensões.
“Ambos os países são amigos próximos do Azerbaijão. Com a Turquia, somos aliados; e Israel é um Estado amigo. Essa amizade mútua foi comprovada em tempos difíceis para todos nós. Por isso, essa tensão entre os dois países nos preocupa muito”, declarou.
Aliyev ressaltou ainda que sua mediação contribuiu para a retomada do diálogo entre Tel Aviv e Ancara, rompido por anos, e culminou na visita oficial do presidente israelense Isaac Herzog à Turquia em 2022. “É sempre ruim quando seus amigos mantêm relações ruins; isso é ruim para eles, ruim para nós e ruim para o mundo. Acredito que, apesar das preocupações legítimas e do nível relativamente alto de desconfiança, ainda é possível encontrar uma base para a normalização e áreas de interesse mútuo”, avaliou.
A perspectiva de reaproximação, embora frágil, indica que os dois países estão dispostos a reavaliar suas posturas em relação à Síria, buscando preservar interesses estratégicos sem escalar o conflito já complexo na região.

Luis Mauro Filho

Fumaça sobe enquanto membros das novas forças regulares sírias viajam em um veículo enquanto lutam contra uma insurgência incipiente de combatentes aliados ao líder deposto Bashar al-Assad, em Latakia, Síria, 7 de março de 2025

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Mundo

Israel e Turquia discutem criação de mecanismo para evitar confrontos na Síria

Reuters - A Turquia deteve 37 pessoas acusadas de publicações "provocativas" nas redes sociais por causa da detenção do prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, informou o governo nesta quinta-feira, buscando reprimir os protestos.
Imamoglu, o principal rival político do presidente Tayyip Erdogan, foi detido na quarta-feira sob acusações que incluem corrupção e auxílio a um grupo terrorista, uma medida que o principal partido de oposição condenou como uma "tentativa de golpe contra o próximo presidente".
Milhares de manifestantes tomaram as ruas e os campi universitários em várias cidades, incluindo Istambul e a capital Ancara, com multidões entoando slogans contra o governo, apesar da proibição de quatro dias de reuniões imposta após a prisão de Imamoglu.
As autoridades turcas identificaram 261 contas de mídia social, incluindo 62 sediadas no exterior, por "publicações provocativas que incitam ao crime e ao ódio" após a detenção de Imamoglu e 105 outros, e continuavam os esforços para rastrear os suspeitos restantes, disse o ministro do Interior, Ali Yerlikaya, no X.
O ministro acrescentou que 18,6 milhões de publicações sobre Imamoglu foram compartilhadas no X nas 24 horas seguintes à sua detenção. O popular político de 54 anos está à frente de Erdogan em algumas pesquisas de opinião.
Além da proibição de manifestações, as autoridades fecharam várias estradas e restringiram o acesso a algumas redes sociais.
"Eles detiveram apressadamente nosso prefeito, que elegemos com nossos votos", disse Ali Izar, um apoiador da oposição a caminho do trabalho no centro de Istambul. "Não acho que essa seja uma prática democrática e a condeno."

Redação Brasil 247

Turquia detém 37 pessoas por publicações nas redes sociais sobre prisão do prefeito de Istambul

(Reuters) – Manifestantes próximos à sede principal da polícia de Istambul disseram nesta quarta-feira que a detenção do principal rival político do presidente Tayyip Erdogan e prefeito da cidade, Ekrem Imamoglu, representa um golpe à democracia turca.
Mais cedo, as autoridades turcas prenderam Imamoglu, do principal partido de oposição, o Partido Republicano do Povo (CHP), sob acusações de corrupção e auxílio a um grupo terrorista, o que gerou protestos e indignação por parte da oposição e de críticos do governo.
Mais de 100 pessoas se reuniram perto da sede da polícia, para onde Imamoglu foi levado após sua prisão, entoando palavras de apoio ao prefeito e slogans contra o governo.
“Eles estão realizando um golpe agora contra Imamoglu, que derrotou Erdogan quatro vezes nas urnas desde 2019 com a vontade da nação”, disse Bulent Gulten, um manifestante, referindo-se às eleições municipais nacionais de 2019 e 2024, quando o CHP de Imamoglu venceu Erdogan ao conquistar a maioria das grandes cidades.
“Hoje, a nação turca se unirá mais uma vez contra aqueles que traem a democracia e a vontade nacional. Ekrem Imamoglu está crescendo e ganhando força aos olhos do povo”, acrescentou.
Forças de segurança bloquearam as ruas que levam à sede da polícia, com tropas de choque e caminhões com canhões de água fechando os acessos, enquanto o gabinete do governador de Istambul proibiu todas as reuniões públicas após a prisão de Imamoglu.
“Viemos aqui para apoiar o prefeito. Eles o prenderam injustamente. Por isso estamos aqui para demonstrar nosso apoio”, disse Murat Sapankaya, um funcionário municipal presente no protesto.
Imamoglu, 54 anos, intensificou suas críticas a Erdogan e ao governo nos últimos meses, o que levou a uma onda de ações legais e processos contra ele. Nesta quarta-feira, ele afirmou que não desistirá e continuará resistindo à pressão.
“Na verdade, já prevíamos que Imamoglu logo passaria por um processo de detenção como esse. Estamos todos aqui até que a decisão seja revertida e a justiça seja feita”, disse Yilmaz Arslan, outro manifestante.

Bianca Penteado

Manifestantes dizem que detenção do prefeito de Istambul é um golpe à democracia turca

Reuters - O presidente turco Tayyip Erdogan afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e sua administração são cúmplices no que ele chamou de crimes de guerra israelenses e violações do direito internacional no conflito de Gaza, e pediu sanções contra Israel.
Em uma entrevista à Newsweek durante a cúpula da OTAN em Washington, Erdogan disse que o "assassinato brutal" de civis por Israel, seus ataques a hospitais, centros de ajuda e outros locais constituem crimes de guerra. "A administração dos EUA, no entanto, ignora essas violações e fornece a Israel o maior apoio. Eles fazem isso às custas de serem cúmplices dessas violações", disse Erdogan, citado pela revista.
"Nesse ponto, quem vai impor que tipo de sanção contra Israel por violar o direito internacional? Essa é a verdadeira questão e ninguém está respondendo a isso", afirmou ele.
Israel rejeita consistentemente as acusações de que cometeu crimes de guerra em sua batalha contra o grupo militante palestino Hamas na Faixa de Gaza. O país nega atacar deliberadamente civis. Mais de 38.000 palestinos, a maioria deles civis, foram mortos desde que a guerra começou em 7 de outubro, segundo autoridades médicas de Gaza. Cerca de 1.200 israelenses foram mortos na incursão transfronteiriça do Hamas que desencadeou a guerra.
A Turquia, membro da OTAN, denunciou o ataque de Israel a Gaza, interrompeu o comércio com o país e manifestou apoio ao Hamas. Repetidamente criticou os países ocidentais por apoiarem Israel e pediu que Israel fosse punido por tribunais internacionais. Perguntado sobre os laços cordiais da Turquia com a Rússia e a China, e os recentes contatos de Ancara com o grupo BRICS e a Organização de Cooperação de Xangai (SCO), Erdogan disse que a Turquia conduz sua diplomacia com uma abordagem de "ganha-ganha" e, portanto, não pode descartar o envolvimento com entidades não ocidentais.
"Somos um aliado inabalável da OTAN. No entanto, não acreditamos que isso impeça nossa capacidade de estabelecer relações positivas com nações como China e Rússia", disse Erdogan à Newsweek.

Erdogan diz que Biden e os EUA são cúmplices em crimes de guerra israelenses

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone, na manhã desta quinta-feira (9), com o presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, e agradeceu a solidariedade manifestada por ele em relação à crise no Rio Grande do Sul.
"Com profundo pesar, tomei conhecimento da perda de muitas vidas humanas e dos danos causados pelas enchentes e deslizamentos de terra no Rio Grande do Sul. Em nome da Turquia, gostaria de expressar nossa solidariedade à nação brasileira neste momento difícil. Aproveitando esta oportunidade, estendo minhas sinceras condolências aos parentes das vítimas, a Vossa Excelência e à amistosa nação brasileira, em nome de minha nação e em meu próprio nome, e desejo rápida recuperação aos feridos", disse o presidente turco em uma carta enviada ao presidente Lula. 
Durante a ligação, Lula agradeceu o gesto de solidariedade e discutiu com Erdogan as ações assistenciais do governo brasileiro para ajudar a população atingida pelas enchentes e deslizamentos. Erdogan reiterou os sentimentos de solidariedade do povo turco para com o povo gaúcho.
Além da situação no Rio Grande do Sul, os dois líderes abordaram questões internacionais, incluindo a situação na Faixa de Gaza e na Ucrânia. Ambos manifestaram sua posição em favor da busca por negociações de paz e de um cessar-fogo nos dois conflitos. No caso do Oriente Médio, Lula e Erdogan reafirmaram seu apoio à solução de dois estados independentes, Israel e Palestina, convivendo lado a lado com fronteiras internacionalmente reconhecidas.
Erdogan também confirmou sua participação na Cúpula de Líderes do G20, agendada para os dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro. Ele expressou o desejo de reencontrar pessoalmente o presidente Lula durante o evento.

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Lula conversa com presidente da Turquia e agradece solidariedade pela crise no Rio Grande do Sul

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