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'A soberania de Honduras não está à venda', diz Xiomara Castro após ameaças de Trump

Presidenta hondurenha lembrou que “demonstramos isso durante os 12 anos e 7 meses de resistência contra o golpismo, quando jamais nos rendemos”

A presidenta de Honduras, Xiomara Castro (Foto: Reuters)
“Como Presidenta da República, minha responsabilidade é garantir tranquilidade, transparência e respeito absoluto à vontade popular, para que continue a refundação e o desenvolvimento de nossa nação”. -- Xiomara Castro 

247 - A presidenta de Honduras, Xiomara Castro, divulgou na sexta-feira (28) uma mensagem à população, na qual enfatizou que, diante das eleições gerais e dos discursos intervencionistas da extrema direita, “nossa soberania não se vende nem se negocia”. As informações são da teleSUR

Em declarações publicadas na rede X, Castro lembrou que “demonstramos isso durante os 12 anos e 7 meses de resistência contra o golpismo, quando jamais nos rendemos”. “E em 2021, o povo falou com força nas urnas para recuperar uma democracia forte, pacífica e soberana. Honduras deixou claro que nossa soberania não se vende nem se negocia”, afirmou.

Ela destacou que, neste domingo (30), dia das eleições gerais, “será novamente o povo hondurenho quem decidirá em liberdade e em paz”. “Como Presidenta da República, minha responsabilidade é garantir tranquilidade, transparência e respeito absoluto à vontade popular, para que continue a refundação e o desenvolvimento de nossa nação”, declarou.

Castro assegurou que, neste momento, Honduras apresenta os melhores indicadores macroeconômicos, reconhecidos pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) e por organismos internacionais. “Temos o maior crescimento, o maior investimento público social, em infraestrutura e em segurança de toda a nossa história”, destacou.

“Reduzimos a pobreza e diminuímos os homicídios como não ocorria há décadas”, acrescentou. “Este 30 de novembro, a palavra é do povo. Só peço que não esqueçam quem somos: somos resistência”, concluiu a chefe de Estado hondurenha.

Ameaças dos EUA

Mais cedo, na quinta-feira (27), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou apoio ao conservador Nasry “Tito” Asfura faltando poucos dias para as eleições gerais em Honduras, em que mais de seis milhões de cidadãos irão escolher o presidente para o período 2026-2030.

Nas redes sociais, Trump atacou a candidata governista Rixi Moncada, chamando-a de “comunista”, e desqualificou Salvador Nasralla como “quase comunista”.

Moncada respondeu denunciando o bipartidarismo que marcou o país por mais de um século e reafirmou seu compromisso com a democratização da economia, enquanto Nasralla pediu sensatez e equilíbrio diante da desinformação política.

A Rede de Intelectuais em Defesa da Humanidade (REDH) fez um apelo urgente pelo respeito à soberania hondurenha diante dos recentes atos de interferência e das "operações de guerra cognitiva empregadas pelo imperialismo, que transformam as redes sociais em ferramentas de pressão e intimidação contra os povos da Nossa América".

A organização condenou o apoio direcionado a líderes de partidos políticos criminosos que enfrentam investigações e condenações judiciais. Nesse sentido, a REDH denunciou que "Donald Trump não só está interferindo irregularmente nas eleições presidenciais hondurenhas, como o faz apoiando o candidato Nasry Asfura, porta-voz do Partido Nacional de Honduras, cujo líder, Juan Orlando Hernández, está atualmente detido nos EUA sob acusações de narcotráfico".

Já Asfura comemorou o apoio de Trump e prometeu defender a democracia e a liberdade.

Mais de seis milhões de hondurenhos irão às urnas no domingo para escolher presidente, 128 deputados, 20 representantes no Parlamento Centro-Americano, 298 prefeitos e 2.168 vereadores.

Tensões

A disputa presidencial está concentrada entre Moncada (Libre), Nasralla (Partido Liberal) e Asfura (Partido Nacional). O governo da presidenta Castro apresentou recentemente áudios em que políticos da oposição supostamente planejam declarar inválidas as eleições caso não vençam, enquanto a Organização dos Estados Americanos (OEA) e os EUA acompanham de perto o processo, gerando tensões sobre uma possível intervenção internacional. 

Por Xiomara Castro (@XiomaraCastroZ), no X: 

-- Povo hondurenho:

Provamos isso durante os 12 anos e 7 meses de resistência ao golpe, em que nunca nos rendemos.

E em 2021, o povo se manifestou veementemente nas urnas para recuperar uma democracia forte, pacífica e soberana.

Honduras deixou claro que nossa soberania não está à venda nem pode ser negociada. 

Neste dia 30 de novembro, o povo hondurenho decidirá mais uma vez livre e pacificamente.

Como Presidente da República, minha responsabilidade é garantir a tranquilidade, a transparência e o respeito absoluto à vontade popular, para que a refundação e o desenvolvimento de nossa nação possam continuar.

Hoje, Honduras possui os melhores indicadores macroeconômicos, reconhecidos pelo FMI e por organizações internacionais.

Temos o maior crescimento e o maior investimento público em programas sociais, infraestrutura e segurança de toda a nossa história.

Reduzimos a pobreza e diminuímos os homicídios como não víamos há décadas.

Neste dia 30 de novembro, a palavra pertence ao povo.

Só peço que não se esqueçam do que somos:

Nós somos a resistência.

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