Aeronave militar dos EUA quase se choca com avião de passageiros perto da Venezuela
Incidente no Caribe ocorre em meio à intensificação da presença militar norte-americana e a novas ameaças de Trump à Venezuela
247 - Um avião comercial da companhia JetBlue esteve envolvido em uma situação de alto risco ao quase colidir em pleno voo com uma aeronave militar dos Estados Unidos próximo à costa da Venezuela. O episódio aconteceu na sexta-feira (12), durante um voo internacional que havia partido de Curaçao com destino a Nova York, e reacende preocupações sobre a segurança aérea em uma região marcada por crescente tensão militar. A informação é do site RT, Associated Press e New York Times, que tiveram acesso a comunicações de rádio e dados de rastreamento de voo relacionados ao incidente.
De acordo com os relatos, o voo 1112 da JetBlue seguia normalmente rumo ao Aeroporto Internacional John F. Kennedy quando, cerca de 20 minutos após a decolagem, enfrentou uma situação inesperada. Durante a fase de subida, a aeronave comercial perdeu altitude de forma abrupta ao se deparar com um avião-tanque de reabastecimento da Força Aérea dos EUA, que aparentemente operava com o transponder desligado.
O alerta foi feito diretamente pelo comandante do voo da JetBlue em comunicação registrada. “Quase tivemos uma colisão no ar aqui em cima”, afirmou o piloto. Em seguida, acrescentou: “Eles passaram diretamente na nossa rota de voo... O transponder deles não está ligado; é um absurdo.”
A JetBlue informou que o caso foi comunicado às autoridades competentes. Em nota, o porta-voz da companhia, Derek Dombrowski, ressaltou a atuação da tripulação diante da situação. “Nossos tripulantes são treinados nos procedimentos adequados para diversas situações de voo e agradecemos a eles por relatarem prontamente essa situação à nossa equipe de liderança”, declarou.
Do lado militar, o Comando Sul dos Estados Unidos confirmou que tomou conhecimento das notícias envolvendo operações aéreas na região do Caribe. O porta-voz da instituição, coronel Manny Ortiz, afirmou que as autoridades estão analisando o caso. Segundo ele, a segurança segue como prioridade máxima, e as Forças Armadas estão “trabalhando pelos canais apropriados para avaliar os fatos que envolvem a situação”.
O episódio ocorre em um contexto de intensificação da presença naval e aérea dos Estados Unidos no Caribe, além de recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem feito ameaças de atacar supostos “narcoterroristas” em território venezuelano. Desde setembro, operações militares norte-americanas resultaram na morte de mais de 80 pessoas em ataques a embarcações classificadas como pertencentes a cartéis de drogas, que Trump afirmou estariam sendo usadas pelo governo venezuelano para “inundar” os Estados Unidos com narcóticos.



