Chancelaria cubana denuncia escalada de guerra econômica dos EUA
Documento afirma que ataque a petroleiro em águas internacionais viola o direito internacional e agrava impactos sobre o sistema energético de Cuba
247 - O Ministério das Relações Exteriores de Cuba (Minrex) denunciou a intensificação da guerra econômica conduzida pelos Estados Unidos, ao classificar como terrorismo marítimo o ataque a um petroleiro ocorrido em 10 de dezembro, quando a embarcação navegava em águas internacionais do Mar do Caribe. Segundo a chancelaria, a ação representa uma grave violação do direito internacional e compromete a segurança da navegação marítima.
O comunicado do Minrex descreve o episódio como “uma grave violação do direito internacional, incluindo a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar e a Convenção para a Supressão de Atos Ilícitos contra a Segurança da Navegação Marítima”. O texto acrescenta que “o governo dos Estados Unidos é responsável pela prática desses crimes, que prejudicam a comunidade internacional como um todo”.
No documento, o governo cubano afirma que o ataque integra uma escalada de medidas adotadas por Washington para impedir o direito legítimo da Venezuela de utilizar e comercializar livremente seus recursos naturais com outros países, incluindo o fornecimento de hidrocarbonetos a Cuba. Para Havana, trata-se de uma política deliberada de pressão que afeta não apenas a Venezuela, mas também nações que mantêm relações comerciais com o país sul-americano.
O comunicado do Minrex recorda ainda medidas adotadas em períodos anteriores pelos Estados Unidos. “Durante o primeiro mandato de Donald Trump, foram tomadas medidas para obstruir o livre comércio dos recursos petrolíferos venezuelanos, e navios que transportavam combustível para o nosso país foram perseguidos. Essa situação persiste e agora é agravada pelo uso da força militar para tentar impor seu domínio sobre a nossa América”, acrescentou o texto oficial.
Segundo a chancelaria cubana, essas ações têm impacto direto sobre a ilha, ao aprofundar a política de “pressão máxima” e de estrangulamento econômico imposta pelos Estados Unidos. O Minrex destaca que os efeitos recaem sobre o sistema energético nacional e, consequentemente, sobre o cotidiano da população cubana.
O governo de Cuba afirma ainda que o episódio representa a aplicação do chamado corolário de Trump à Doutrina Monroe, em afronta à proclamação da América Latina e do Caribe como Zona de Paz. Diante disso, o país sustenta que o ataque exige uma condenação universal por parte da comunidade internacional.



