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Lula diz a Trump que América Latina é zona de paz

Presidente critica unilateralismo dos Estados Unidos, defende diplomacia e rejeita uso da força em meio à tensão com a Venezuela

Brasília (DF) - 10/12/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Agência Brasil/EBC)

247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que deixou claro ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que a América Latina deve ser tratada como uma “zona de paz” e não como palco para conflitos ou imposições unilaterais. A declaração foi feita em meio à escalada de tensões entre Washington e Caracas e reforça a posição histórica do Brasil em defesa da diplomacia e da solução pacífica de controvérsias.

As declarações foram publicadas pela Agência Brasil, que relatou o teor das falas de Lula durante um discurso em Belo Horizonte, nesta quinta-feira (11), no lançamento da caravana federativa em Minas Gerais.

Ao comentar a conversa telefônica que teve com Donald Trump no início do mês, Lula criticou de forma direta o que classificou como “unilateralismo” da política externa norte-americana. Segundo o presidente brasileiro, essa postura se baseia na lógica da força e não do diálogo. “O unilateralismo que o presidente Trump deseja é que aquele mais forte determine o que os outros vão fazer. É sempre a lei do mais forte”, afirmou.

"Não queremos guerra"

Lula relatou que falou “muito” com o presidente dos Estados Unidos, inicialmente sobre as negociações para a retirada da sobretaxa imposta pelo governo norte-americano a produtos brasileiros, mas aproveitou o contato para expressar preocupação com a crise envolvendo a Venezuela. “Eu falei ao Trump que nós não queremos guerra na América Latina. Nós somos uma zona de paz”, destacou.

Segundo o presidente, Trump mencionou o poder bélico dos Estados Unidos durante a conversa. Lula, no entanto, fez questão de contrapor essa visão, enfatizando que acredita mais na força da palavra do que no uso das armas. Para ele, a diplomacia deve ser o caminho central para evitar a escalada de conflitos na região.

“Vamos tentar utilizar a palavra como instrumento de convencimento, de persuasão, para a gente fazer as coisas certas. Vamos acreditar que a palavra, diplomaticamente, é a coisa mais forte para resolver os problemas”, defendeu o presidente brasileiro, reforçando que as vias diplomáticas precisam estar permanentemente acionadas.

O contexto das declarações envolve o agravamento da tensão entre Estados Unidos e Venezuela. Na quarta-feira (10), o governo venezuelano classificou como “roubo descarado” e ato de pirataria a apreensão de um petroleiro do país por militares norte-americanos em águas internacionais. O navio transportava cerca de 1,1 milhão de barris de petróleo.

Saque de recursos

Em nota oficial, o governo de Nicolás Maduro afirmou que a ação faz parte de uma política deliberada de agressão e saque de recursos energéticos. “A política de agressão contra nosso país responde a um plano deliberado de saque de nossas riquezas energéticas”, declarou o governo venezuelano.

As declarações foram publicadaz pela Agência Brasil, que relatou o teor das falas de Lula durante um discurso em Belo Horizonte, nesta quinta-feira (11), no lançamento da caravana federativa em Minas Gerais. reiterando que a América Latina deve permanecer como uma região comprometida com a paz e o diálogo.

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