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Após protestos, presidente do México diz que que fará consulta popular sobre sua permanência no poder

Consulta popular será usada como termômetro político após fim de semana marcado por protestos

Presidente do México, Claudia Sheinbaum (Foto: REUTERS/Raquel Cunha)

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, anunciou que colocará seu mandato em avaliação pública por meio de uma consulta popular. A decisão ocorre após um fim de semana marcado por fortes protestos da Geração Z contra a violência associada aos cartéis de drogas. Os manifestantes exigiram a ativação do mecanismo constitucional que permite a revogação de mandato.

Protestos da Geração Z expõem clima de tensão

Durante a mobilização, jovens entoaram palavras de ordem contra o governo e pediram respostas para o avanço da criminalidade. O episódio ampliou a pressão sobre a presidente, que anunciou que se submeterá ao processo previsto na legislação.

“A revogação de mandato é uma bandeira nossa; quem a propôs foi o presidente López Obrador, ele a levou para a Constituição e, claro, eu vou me submeter à revogação de mandato, porque é isso que a Constituição diz. Além disso, nunca seremos um fardo para o povo, nunca”, afirmou Sheinbaum em um entrevista coletiva nesta segunda-feira (17), de acordo com a Sputnik Brasil.

Mecanismo constitucional

A consulta é resultado de uma alteração constitucional impulsionada por Andrés Manuel López Obrador, que governou o México entre 2018 e 2024. A medida foi incorporada em 2021 e aplicada pela primeira vez em 2022. Sheinbaum também ressaltou que as eleições intermediárias de 2027 servirão como termômetro político. “Será um ano agitado (...) Que o povo diga o que quer!”, declarou, lembrando que pesquisas nacionais apontam mais de 70% de aprovação ao seu governo.

Assassinato de prefeito intensifica críticas ao governo

Entre as reivindicações presentes nos protestos esteve o pedido por justiça pelo assassinato de Carlos Manzo, prefeito de Uruapan, em Michoacán, morto em 1º de novembro. Manifestantes também direcionaram críticas ao partido governista Morena.

Trump diz não descartar ataques contra cartéis mexicanos

Também nesta segunda-feira, , o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump afirmou que consideraria autorizar ataques militares contra o México como forma de interromper o fluxo de drogas para território estadunidense.

“Por mim, ok, faremos o que for preciso para parar as drogas”, declarou Trump ao ser questionado sobre a possibilidade de ofensivas no México. Ele ponderou, no entanto, que não havia uma decisão tomada. “Não estou dizendo que vou fazer isso. Mas teria orgulho de fazer”, disse o presidente dos EUA, de acordo com a CNN Brasil.

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