Colômbia investiga crimes de guerra dos EUA no Caribe após ordem de Petro
Presidente colombiano determina criação de comissão jurídica para apurar mortes de civis em operações militares dos Estados Unidos
247 – O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, ordenou a criação de uma comissão de advogados colombianos para investigar a morte de civis no Mar do Caribe em ações atribuídas a forças militares dos Estados Unidos. A informação foi divulgada pelo próprio mandatário em sua conta na plataforma X, conforme relatou a teleSUR.
Segundo a teleSUR, Petro enfatizou que a Agência Jurídica do Estado deve priorizar a defesa das vítimas da violência e conduzir uma investigação ampla sobre ataques realizados no Caribe supostamente sob ordens vinculadas à política militar do secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, durante o governo do atual presidente norte-americano Donald Trump.
Caso Alejandro Carranza expõe gravidade dos ataques
O ponto de partida da nova ofensiva jurídica colombiana é o caso de Alejandro Carranza, pescador de Santa Marta morto em um ataque norte-americano contra embarcações consideradas suspeitas de transportar drogas. O advogado norte-americano Dan Kovalik assumiu a defesa jurídica da família Carranza e classificou o episódio como “um assassinato norte-americano”, lamentando ainda “a falta de solidariedade com as vítimas”, segundo citou a teleSUR.
Kovalik sustenta que civis caribenhos têm sido mortos em operações realizadas sob justificativas genéricas de combate ao narcotráfico, sem comprovação de envolvimento das vítimas em atividades ilícitas.
Advogados dos EUA revisam política militar de Hegseth
De acordo com a teleSUR, o caso ganhou maior repercussão após a confirmação de que advogados vinculados aos dois principais partidos dos Estados Unidos iniciaram uma revisão conjunta da política militar executada por Hegseth. O objetivo é verificar responsabilidades diretas nas mortes de civis registradas nos últimos meses, colocando o foco em ordens superiores supostamente autorizadas por Washington.
Petro denuncia “assassinato sistemático” e alerta para crime contra a humanidade
Em outra publicação, citada pela teleSUR, Petro endureceu o tom e afirmou que as ações dos EUA no Caribe e no Pacífico representam “um assassinato sistemático, que é um crime de lesa-humanidade”.
O presidente acrescentou que, desde agosto de 2025, a Casa Branca anunciou 20 ataques militares com o argumento de combater o narcotráfico, provocando a morte de mais de 80 pessoas.
Petro também fez um chamado à união popular dos países caribenhos, afirmando:
“Acredito que, mesmo que seja se deslocando em canoa como antigamente, os povos do Caribe devem se reunir por zonas em assembleia para se unirem e agir.”
Comissão colombiana ampliará investigações na região
A comissão jurídica ordenada por Petro deve investigar não apenas o assassinato de Alejandro Carranza, mas também outros ataques contra civis na região. O objetivo, segundo a teleSUR, é criar um caminho legal que permita responsabilizar agentes estrangeiros por violações cometidas em águas próximas à Colômbia e proteger as populações locais do uso desproporcional da força militar por potências estrangeiras.
A determinação do presidente colombiano reforça sua postura de defesa da soberania nacional e dos direitos humanos, desafiando diretamente a política de segurança dos Estados Unidos no Caribe.



