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Petro levanta a voz contra a agressão de Trump à Venezuela

Presidente colombiano questiona legalidade da decisão de Trump e alerta para impactos sobre a soberania e o direito internacional

O presidente colombiano, Gustavo Petro - 23/10/2025 (Foto: REUTERS/Luisa Gonzalez)

247 - O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, publicou uma mensagem em sua conta no X (antigo Twitter) criticando a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de ordenar o fechamento total do espaço aéreo da Venezuela, provocando forte repercussão diplomática na América Latina.“Gostaria de saber sob qual norma do direito internacional um presidente de um país pode fechar seu espaço aéreo a outra nação?”, questionou Petro na rede social. 

A postagem foi feita após Trump determinar que o espaço aéreo “sobre e ao redor da Venezuela” fosse interrompido, em meio a reiteradas ameaças de uma possível operação militar voltada à mudança de governo em Caracas. A medida foi acompanhada por advertências às companhias aéreas, pilotos e a quem mais tentasse sobrevoar o país.

O presidente colombiano afirmou ainda que, caso não exista respaldo legal para tal ato, isso colocaria em risco os próprios princípios que regem as relações entre Estados soberanos. “Digo ao mundo que um presidente estrangeiro não pode fechar o espaço aéreo nacional, ou o conceito de soberania nacional e o conceito de ‘direito internacional’ deixarão de existir”, declarou, enfatizando sua posição como presidente da CELAC.

Escalada militar e bloqueio aéreo dos EUA

A medida dos Estados Unidos ocorre num contexto de forte escalada militar no mar do Caribe, próximo ao território venezuelano. A agência de aviação estadunidense recomendou a suspensão de voos para a Venezuela, levando diversas companhias internacionais a cancelarem rotas para Caracas, embora algumas empresas nacionais e regionais continuem operando no país.

A ofensiva de Washington se agravou após acusações — sem comprovações apresentadas até o momento — de que o governo venezuelano estaria envolvido com narcotráfico. Na sequência, os EUA ampliaram a recompensa oferecida pela captura do presidente da Venezuela e anunciaram a chamada “Operação Lança do Sul”, lançada em 13 de novembro. O objetivo declarado seria combater supostos “narcoterroristas” no hemisfério ocidental e “proteger” os estadunidenses das drogas que, segundo o governo Trump, estariam chegando ao país.

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