Cuba presta solidariedade à Venezuela e faz apelo aos EUA: 'pare com essa loucura'
O chanceler Bruno Rodríguez alertou contra uma iniciativa “exagerada e agressiva” do governo Donald Trump
247 - O governo cubano fez duras críticas aos Estados Unidos nesta terça-feira (25) e alertou que a gestão do presidente norte-americano, Donald Trump, tenta uma derrubada violenta do governo venezuelano, chamando o aumento da presença das forças militares norte-americanas na região de uma ameaça “exagerada e agressiva”.
De acordo com o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, a derrubada do governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pelos EUA seria extremamente perigosa e irresponsável. O chanceler afirmou que a possível interferência da gestão trumpista no país sul-americano violaria o direito internacional e a Carta da Organização das Nações Unidas.
“Apelamos ao povo dos Estados Unidos para que pare com essa loucura”, disse Rodríguez. “O governo dos EUA poderia causar um número incalculável de mortes e criar um cenário de violência e instabilidade no hemisfério que seria inimaginável.” O relato saiu na Reuters.
Os ataques dos EUA a embarcações em regiões próximas do continente sul-americano deixaram 83 pessoas mortas. Foram 22 barcos destruídos. O primeiro ataque das forças norte-americanas a um navio no Caribe ocorreu em 2 de setembro e deixou 11 mortos.
Entenda
Os EUA anunciaram os ataques a embarcações em agosto deste ano. O governo de Donald Trump alegou ser necessário combater o narcoterrorismo. A gestão do presidente anunciou uma recompensa de até US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) por informações que levem à prisão ou condenação do líder venezuelano.
O presidente Trump anunciou que estava suspendendo todos os pagamentos à Colômbia, presidida por Gustavo Petro. O motivo foi o mesmo do que foi alegado pelos EUA para tentar violar a soberania venezuelana.
Contexto global
A ofensiva dos EUA em países da América Latina tem uma causa mais implícita, que são alianças do Sul Global para resistência à hegemonia política e econômica norte-americana.
Sediado na China, o BRICS, por exemplo, é um grupo que tem como um de seus principais objetivos o multilateralismo, e não o unilateralismo dos EUA.
O BRICS, incluindo o Brasil, discute, por exemplo, a implementação de uma moeda comum para reduzir a dependência do dólar (EUA) nas transações internacionais.
Em janeiro de 2025, sob presidência do Brasil, o BRICS anunciou a entrada de nove países no grupo, entre os quais Cuba e Bolívia.



