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Disputa presidencial chilena entra em etapa decisiva

Candidatos intensificam agendas e se preparam para último debate antes da votação do próximo domingo

Jeanette Jara e José Antonio Kast (Foto: Divulgação dos candidatos)

247 - A corrida presidencial chilena entra em sua etapa mais tensa, com os postulantes ao segundo turno acelerando atividades em várias regiões do país. Segundo informações publicadas pela Prensa Latina, ambos os candidatos organizam eventos decisivos e buscam ampliar seu alcance eleitoral às vésperas da votação.

A candidata das forças progressistas, Jeanete Jara, que conta também com o apoio da Democracia Cristã, percorrerá cidades do norte, centro e sul, com encerramentos previstos em Coquimbo e na populosa comuna de Puente Alto. Do outro lado, o representante da extrema direita segue em ritmo intenso e participará, na quinta-feira, de um ato em Temuco, capital da região de La Araucanía, mantendo sua agenda de viagens pelo país.

O ponto alto da semana será o último debate organizado pela Associação Nacional de Televisão do Chile (Anatel), na noite de terça-feira (9). Com duração aproximada de duas horas e meia, o encontro colocará os dois candidatos frente a frente para discutir nove temas ainda não divulgados, em um momento considerado crucial para conquistar indecisos.

Nos últimos dias, ambos concentraram esforços no norte do Chile, região onde as preocupações com segurança de fronteiras e imigração costumam pautar o debate político. Em Antofagasta, o candidato do Partido Republicano reforçou sua postura rígida ao afirmar que os migrantes irregulares terão “94 dias para deixar o país”, advertindo que, caso não cumpram o prazo, deverão sair “apenas com a roupa do corpo”. Ele reiterou que não regularizará a situação de mais de 300 mil pessoas atualmente nessa condição e declarou que, se forem identificadas em controles de trânsito, centros de saúde ou instituições educacionais, terão “cinco dias para deixar o território e não poderão retornar”.

Enquanto isso, em Iquique, sua adversária Jara, apresentou uma proposta de caráter tecnológico, defendendo a criação de uma fronteira equipada com sistemas de rastreamento biométrico e mecanismos de bloqueio para indivíduos com antecedentes criminais. Ao rebater as propostas físicas sugeridas pelo oponente, afirmou: “É assim que se resolvem os problemas de controle de fronteiras, e todas essas propostas para construir um muro, uma vala, uma cerca ou erguer obstáculos físicos para impedir a entrada de migrantes irregulares no país não têm qualquer noção de realidade”.

Os discursos na região também buscaram atrair os eleitores de Franco Parisi, do Partido Popular, cuja candidatura obteve o terceiro lugar no primeiro turno, realizado em 16 de novembro.

No próximo domingo, mais de 15 milhões de chilenas e chilenos voltarão às urnas para escolher o próximo presidente, em uma disputa marcada por projetos antagônicos e pela crescente polarização política no país.

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