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Governo Petro diz que cooperação com inteligência dos EUA continua

Ministro Armando Benedetti afirma que houve “interpretação equivocada” e garante que FBI, DEA e outras agências seguirão atuando com forças da Colômbia

O presidente Gustavo Petro, da Colômbia (Foto: REUTERS/Nathalia Angarita)

247 - O ministro do Interior da Colômbia, Armando Benedetti, afirmou nesta quinta-feira (13) que a cooperação de inteligência entre Bogotá e agências dos Estados Unidos continuará normalmente, apesar do anúncio feito dias antes pelo presidente Gustavo Petro sobre uma suspensão das comunicações após ataques norte-americanos no Caribe.

Segundo Benedetti, houve uma “interpretação equivocada” da imprensa e até de integrantes do próprio governo sobre o alcance das declarações de Petro, feitas na terça-feira (11) após a Marinha dos EUA bombardear embarcações na região. O presidente colombiano havia ordenado a interrupção das comunicações de inteligência entre as forças de segurança do país e organismos norte-americanos, medida interpretada como uma ruptura na cooperação bilateral.

Nesta quinta, porém, Benedetti usou sua conta no X (antigo Twitter) para afirmar que nenhuma agência dos EUA — incluindo FBI, DEA e HSI — deixará de atuar na Colômbia.

O presidente Gustavo Petro nunca disse que as agências dos EUA deixariam de trabalhar na Colômbia ao lado de nossa DIPOL, DIJIN e CTI. Continuaremos cooperando, como antes, com os Estados Unidos no combate ao narcotráfico e ao crime”, declarou o ministro.

Escalada militar dos EUA preocupa Bogotá

A controvérsia ocorre em meio à forte ampliação da presença militar norte-americana no Caribe. Segundo autoridades colombianas e a própria Casa Branca, os EUA vêm reforçando, nos últimos meses, o envio de meios navais, aéreos e terrestres para a região, sob a justificativa de combater narcotráfico e terrorismo.

Desde setembro, o presidente Donald Trump autorizou dezenas de ataques contra embarcações classificadas por Washington como ligadas ao tráfico de drogas no Caribe e no Pacífico Leste. Segundo dados divulgados nesta semana, ao menos 75 pessoas morreram nessas operações.

As ações têm sido criticadas por diversos governos latino-americanos — entre eles Brasil, México, Colômbia e Venezuela — que afirmam não ter sido consultados e veem risco de violações de soberania.

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