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Grupo de Puebla condena ameaça de intervenção dos EUA na Venezuela

Organização critica movimentação militar dos EUA no Caribe e alerta para ameaça à paz regional

Porta-aviões Gerald Ford (Foto: International Press)

247 - O Grupo de Puebla expressou forte preocupação com o avanço militar dos Estados Unidos no entorno da Venezuela e condenou qualquer possibilidade de intervenção no país sul-americano. A reação surge em meio ao envio de grandes contingentes navais norte-americanos ao Mar do Caribe, elevando o clima de tensão regional.

O posicionamento coletivo dos 64 líderes progressistas de 18 países ibero-americanos que integram o Grupo de Puebla reforçou apoio total à “soberania e integridade territorial” da Venezuela diante das ameaças externas.

Na Declaração, o Grupo de Puebla afirmou que seus integrantes estão “unidos na defesa da soberania, da integridade territorial e da paz em nossa região diante das ameaças de intervenção armada na Venezuela e da militarização do Mar do Caribe”. O texto lembra que a América Latina consolidou-se, nas últimas décadas, como uma “Zona de Paz”, prezando por soluções baseadas no diálogo e na cooperação entre os países, “e não por meio da violência e da intervenção externa”.

A organização também denunciou que o reforço militar dos Estados Unidos na região, sob o argumento de combater o narcotráfico, representa sério risco para a estabilidade. Segundo o comunicado, a presença de embarcações norte-americanas próximas às águas venezuelanas intensifica a militarização da área e coincide com a realização de “ataques extrajudiciais” contra navios acusados de transportar drogas.

O Grupo de Puebla criticou Washington por recorrer novamente ao argumento da “guerra contra as drogas”, classificando-o como um pretexto antigo utilizado para justificar operações militares na América Latina. A nota ressalta ainda que o governo norte-americano costuma agregar o conceito de “terrorismo” a essa narrativa, criando um cenário de urgência artificial para sustentar intervenções.

O comunicado alerta para os riscos de uma “nova vaga de intervenções armadas” caso a retórica belicista dos EUA avance, lembrando que episódios semelhantes já resultaram em “demasiada morte e sofrimento” para os povos latino-americanos.

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