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'Mercosul dá exemplo de como é possível continuar exercendo o multilateralismo', diz Lula

Segundo o presidente, "o mundo está ávido a fazer acordo com o Mercosul"

Presidente Lula durante fotografia oficial dos Presidentes e Chefes de Delegação do Mercosul (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o acordo entre o Mercosul e a União Europeia representa uma resposta política relevante diante do avanço do unilateralismo nas relações internacionais. Para o chefe do Executivo, a negociação tem peso estratégico não apenas econômico, mas também institucional, ao fortalecer o sistema multilateral de comércio.

“Neste momento em que o mundo anda muito conturbado, o Mercosul dá exemplo de como é possível continuar exercendo o multilateralismo, tentando cuidar do crescimento das nossas economias, da melhoria de vida do povo que nós representam”, disse Lula neste sábado (20), durante compromissos oficiais relacionados à cúpula do Mercosul, realizada neste sábado (20).

Ainda segundo Lula, “o mundo está ávido a fazer acordo com o Mercosul. Tem muitos países querendo fazer acordos com o Mercosul certamente vamos conseguir fazer neste período os acordos que não foram possíveis na minha presidência”.

O Paraguai assume neste sábado a presidência rotativa do Mercosul em meio a um novo impasse nas negociações do acordo comercial com a União Europeia. Ao iniciar o comando do bloco, o governo paraguaio sinalizou disposição para manter o diálogo, mas deixou claro que a espera por uma definição europeia não pode se prolongar indefinidamente.

Durante a Cúpula do Mercosul, realizada na sexta-feira (19), o ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano, afirmou que o bloco sul-americano tem adotado uma postura paciente, mas que esse cenário não é permanente.

As declarações foram feitas após a União Europeia pedir o adiamento da assinatura do Acordo com o Mercosul. A expectativa inicial era de que o tratado fosse assinado neste sábado, mas o processo foi novamente adiado após objeções de países europeus, sobretudo Itália e França, que manifestaram preocupações com os impactos do acordo sobre seus setores agrícolas.

O tratado envolve 722 milhões de pessoas e um volume econômico estimado em 22 trilhões de dólares, o que reforça sua relevância no cenário internacional. O presidente reconheceu que os termos negociados favorecem mais o bloco europeu, mas ressaltou a importância política do acordo.

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