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México pede ação da ONU para evitar “derramamento de sangue” na Venezuela

Claudia Sheinbaum defende diálogo, soberania e ação internacional diante da escalada de tensões envolvendo Caracas e Washington

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, durante entrevista coletiva na Cidade do México - 03/11/2025 (Foto: REUTERS/Henry Romero)

247 - A presidente do México, Claudia Sheinbaum, fez nesta quarta-feira (17) um apelo direto à Organização das Nações Unidas (ONU) para que atue de forma mais efetiva com o objetivo de impedir um “derramamento de sangue” na Venezuela. A manifestação ocorre em um momento de agravamento das tensões internacionais envolvendo o país sul-americano, em meio a novas medidas adotadas pelos Estados Unidos.

Sheinbaum reforçou que o México mantém uma postura histórica baseada nos princípios constitucionais de política externa, priorizando a soberania dos países e a resolução pacífica de conflitos.

A fala da presidente acontece após o governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos, anunciar novas sanções contra a Venezuela. Na noite de terça-feira (16), Washington determinou a proibição da entrada e saída de navios petroleiros do território venezuelano, além de impor bloqueios aéreo e naval. Segundo a medida, aeronaves e embarcações que transportem petróleo e sejam alvo de sanções norte-americanas ficam impedidas de operar na região.

Diante desse cenário, Claudia Sheinbaum reiterou a posição diplomática do México, que rejeita qualquer tipo de intervenção externa. “Fazemos um apelo para que qualquer controvérsia internacional seja resolvida por meio do diálogo e da paz, e não pela intervenção. A posição do México deve ser sempre: não à intervenção, não à invasão e solução pacífica dos conflitos”, afirmou a presidente.

Ela também direcionou críticas à inação dos organismos multilaterais frente ao risco de agravamento da crise. “Além disso, fazemos um apelo à Organização das Nações Unidas para que assuma o seu papel, porque até agora não se viu isso, a fim de evitar um derramamento de sangue desnecessário”, declarou Sheinbaum, em fala literal.

As novas restrições impostas pelos Estados Unidos se somam a decisões anteriores. No fim de novembro, o governo norte-americano anunciou o fechamento do espaço aéreo venezuelano, em um contexto de crescente militarização na América Latina e no Caribe. Paralelamente, os EUA conduzem a chamada Operação Lança do Sul, que, segundo Washington, tem como objetivo combater o tráfico de drogas na região.

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