Novo incidente aéreo: jato executivo quase se choca com avião militar dos EUA no Caribe
Curaçao integra o Reino dos Países Baixos e fica a aproximadamente 64 quilômetros ao norte da costa venezuelana
247 - Um jato particular evitou por pouco uma colisão com um avião-tanque da Força Aérea dos Estados Unidos no espaço aéreo próximo a Curaçao, no Caribe, no sábado (16). O episódio reacende o alerta sobre o aumento do risco para a aviação civil em áreas próximas à Venezuela, onde a atividade militar tem se intensificado.
As informações foram divulgadas pela CNN. De acordo com o relato, a quase colisão envolveu um Falcon 900EX, que fazia a rota entre Aruba e Miami, e um KC-135 Stratotanker da Força Aérea norte-americana.
Logo após o ocorrido, os pilotos do jato executivo comunicaram o incidente aos controladores de Curaçao. O diálogo foi captado por áudios do serviço LiveATC.net. “Eles estavam muito perto”, afirmou um dos pilotos ao relatar o encontro a cerca de 26 mil pés de altitude. Em seguida, acrescentou: “Estávamos subindo direto para cima dele”. O piloto disse ainda que a aeronave militar parecia “grande, talvez um 777 ou um (767)”.Este foi o segundo caso de quase colisão registrado na região em apenas dois dias. Na sexta-feira (12), pilotos do voo 1112 da JetBlue, que seguia de Curaçao para o Aeroporto Internacional John F. Kennedy, em Nova York, relataram ter interrompido abruptamente a subida após um avião-tanque da Força Aérea dos EUA cruzar diretamente à frente da rota da aeronave comercial.
As autoridades norte-americanas e holandesas confirmaram que o episódio anterior está sob análise. Em comunicado , o Comando Sul dos Estados Unidos informou estar “ciente das recentes notícias sobre as operações de aeronaves militares americanas no Caribe e está revisando o assunto”.
Curaçao integra o Reino dos Países Baixos e fica a aproximadamente 64 quilômetros ao norte da costa venezuelana. O Conselho de Segurança Holandês afirmou que também acompanha o caso ocorrido no espaço aéreo da ilha.
Alerta para companhias aéreas
No mês passado, a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) emitiu um alerta às companhias aéreas americanas sobre o aumento da atividade militar em todas as altitudes próximas à Venezuela. Segundo o órgão, “as ameaças podem representar um risco potencial para aeronaves em todas as altitudes, incluindo durante o sobrevoo, as fases de chegada e partida do voo e/ou aeroportos e aeronaves em solo”.
Após o comunicado, diversas companhias aéreas internacionais suspenderam ou cancelaram voos partindo da Venezuela. A Copa Airlines, por exemplo, anunciou que estendeu a suspensão de suas operações de e para Caracas até 15 de janeiro, citando “condições operacionais no Aeroporto Internacional de Maiquetía”.
Os dois incidentes recentes reforçam as preocupações de autoridades da aviação civil e de empresas aéreas sobre a segurança de voos comerciais em áreas onde há presença crescente de aeronaves militares, especialmente em rotas próximas ao espaço aéreo venezuelano.



