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      Milei ameaça deixar Mercosul em busca de acordo com EUA

      Em discurso no Congresso, líder argentino criticou o bloco sul-americano

      Presidente da Argentina, Javier Milei, discursa em evento, em Montevidéu, no Uruguai - 06/12/2024 (Foto: REUTERS/Mariana Greif)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – Neste sábado, 1º de março de 2025, o presidente argentino Javier Milei inaugurou o 143º período de sessões ordinárias do Congresso Nacional com um discurso marcado por críticas ao Mercosul e a reafirmação de sua agenda econômica liberal. O evento ocorreu em meio a um cenário político tenso, evidenciado pela ausência de grande parte dos parlamentares oposicionistas.

      Durante sua fala, Milei reiterou seu compromisso com a desregulamentação econômica, a redução do tamanho do Estado e o equilíbrio das contas públicas. O presidente destacou a importância de um acordo comercial com os Estados Unidos, mesmo que isso implique na flexibilização ou na saída da Argentina do Mercosul. Ele argumentou que o bloco sul-americano "só conseguiu enriquecer os grandes empresários brasileiros às custas de empobrecer os argentinos".

      Milei também enfatizou a necessidade de apoio parlamentar para um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), visando estabilizar o Banco Central e superar as restrições cambiais vigentes. Ele afirmou que pretende "desterrar a inflação para sempre" e, para isso, considera essencial "reduzir o tamanho do Estado para que haja menos pobres na Argentina".

      O presidente aproveitou a ocasião para destacar os avanços econômicos de sua gestão, mencionando a redução da inflação mensal de 26% para pouco mais de 2% e a obtenção do primeiro superávit fiscal em 14 anos. Além disso, anunciou planos para um novo acordo com o FMI que permitirá a remoção das rigorosas restrições cambiais e de capitais.

      O discurso ocorreu em um Congresso com notável ausência de parlamentares oposicionistas e poucos governadores presentes. O governo enfrenta, além disso, o escândalo da criptomoeda $Libra e a nomeação controversa de juízes para a Corte Suprema por decreto. A situação se agravou quando um assessor do governo agrediu um deputado opositor, episódio que foi classificado pela União Cívica Radical como um avanço do autoritarismo.

      A postura de Milei em relação ao Mercosul já havia sido alvo de críticas anteriormente. Em dezembro de 2024, durante a 65ª Cúpula do bloco em Montevidéu, ele afirmou que o Mercosul "foi um obstáculo para o progresso dos argentinos" e pediu uma maior abertura do bloco regional, considerando que "este modelo está esgotado".

      A possibilidade de a Argentina deixar o Mercosul em busca de um acordo bilateral com os EUA representa uma mudança significativa na política externa do país e pode ter impactos profundos nas relações comerciais da região. Analistas observam que essa decisão poderia redefinir as alianças econômicas da Argentina e influenciar a dinâmica do comércio sul-americano.

      O discurso de Milei reforça sua determinação em implementar reformas estruturais profundas, apesar das resistências internas e externas. Resta saber como essas iniciativas serão recebidas pelo Congresso e pela sociedade argentina nos próximos meses.

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