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Milei discorda de Lula e defende ação dos EUA contra Venezuela

Presidente argentino defende postura agressiva do governo Donald Trump em reunião reservada do Mercosul

O presidente da Argentina, Javier Milei, em Madri, Espanha - 21/06/2024 (Foto: REUTERS/Violeta Santos Moura)

247 - Durante uma reunião a portas fechadas da cúpula do Mercosul, realizada neste sábado (20), o presidente de extrema direita da Argentina, Javier Milei, adotou uma posição oposta à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao tratar da situação política na Venezuela. 

No encontro restrito entre os chefes de Estado do bloco, Milei manifestou apoio à pressão exercida pelos Estados Unidos contra a Venezuela e defendeu que os demais países acompanhem essa estratégia. Segundo a coluna de Thaís Bilenky, do UOL, o presidente argentino alinhou seu discurso à política adotada pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação ao país sul-americano.

A fala de Milei ocorreu em sentido contrário à manifestação de Lula, que utilizou seu tempo de intervenção para criticar a presença militar de potências externas na América do Sul. “Passadas mais de quatro décadas desde a Guerra das Malvinas, o continente sul-americano volta a ser assombrado pela presença militar de uma potência extra-regional”, afirmou o presidente brasileiro.

Lula alerta para riscos de intervenção

Na sequência, Lula reforçou a preocupação com possíveis desdobramentos internacionais. “Os limites do direito internacional estão sendo testados”, declarou. O presidente também alertou para as consequências de uma ação armada: “Uma intervenção armada na Venezuela seria uma catástrofe humanitária para o hemisfério e um precedente perigoso para o mundo.”

Escala dos EUA na região do Caribe

Washington justifica sua presença militar no Caribe com o combate ao narcotráfico. Em setembro e outubro, forças estadunidenses realizaram operações contra embarcações próximas à costa venezuelana que, segundo o governo dos EUA, estariam envolvidas no transporte de drogas. Os ataques deixaram ao menos 80 mortos. 

 No fim de setembro, as Forças Armadas estadunidenses chegaram a estudar ataques contra narcotraficantes dentro do território venezuelano. O governo Trump também acusa, sem apresentar provas, o presidente venezuelano Nicolás Maduro integrar um cartel ligado ao narcotráfico, o que é negado por Caracas. Nos últimos dias, os EUA determinaram um bloqueio total ao país sul-americano, o que elevou a tensão e o temor de um conflito militar na região.

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