HOME > América Latina

Operações terrestres na Venezuela começarão "muito em breve", diz Trump

Declaração do presidente dos EUA amplia tensão com Caracas e reacende o receio de uma escalada militar na região do Caribe

Nicolás Maduro, Donald Trump, navio anfíbio USS Iwo Jima navegando no mar do Caribe e o mapa da América do Sul ao fundo (Foto: Divulgação I Logan Goins/Marinha dos Estados Unidos)

247 - Durante uma conferência com militares, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que o país prepara uma nova etapa das operações contra o narcotráfico. Segundo ele, o envio de entorpecentes por via marítima estaria diminuindo e, por isso, os EUA passariam a impedir também o transporte por terra “muito em breve”, considerado por ele “mais fácil”.

 “Alertamos eles a pararem de enviar veneno para o nosso país”, disse Trump, de acordo com o g1. A publicação, porém, ressalta que o presidente estadunidense não forneceu detalhes sobre o formato ou o momento em que as ações serão iniciadas.

Escalada verbal entre Washington e Caracas

A declaração se soma ao aumento da retórica nos últimos dias. Na terça-feira (25), Trump disse que estava disposto a lidar com a Venezuela “do jeito difícil”, caso não houvesse alternativas. A bordo do Air Force One, ao ser questionado sobre eventual diálogo com Nicolás Maduro, ele respondeu que “se pudermos salvar vidas, se pudermos resolver as coisas do jeito fácil, seria bom. E se tivermos que fazer isso do jeito difícil, tudo bem também”.

A Venezuela rejeita as acusações e nega qualquer relação com o suposto Cartel de los Soles. Especialistas também contestam a existência do grupo, que Washington incluiu recentemente na lista de organizações terroristas.

Reforço militar no Caribe amplia especulações

Desde setembro, os Estados Unidos reforçaram sua presença militar na região do Caribe. O país enviou oito navios de guerra, caças F-35 e o porta-aviões Gerald Ford, o maior do mundo. Washington tem afirmado que a operação tem foco exclusivo no combate ao narcotráfico.

Apesar disso, a movimentação fortaleceu especulações sobre uma possível ação para retirar Maduro do poder, incluindo uma ofensiva por terra. Autoridades estadunidenses consultadas pelo Axios afirmaram que não há plano, “neste momento”, de capturar ou assassinar o presidente venezuelano. Uma delas acrescentou, sob anonimato, que os alvos das operações clandestinas são ligados ao narcotráfico, mas comentou que “se Maduro sair, não derramaremos uma lágrima”.

Pressão política e reações da Venezuela

Trump afirmou ainda que a inclusão do Cartel de los Soles na lista de entidades terroristas oferece base legal para atacar alvos associados ao governo venezuelano. Embora ele tenha dito não pretender usar essa prerrogativa, reforçou que “todas as opções” continuam na mesa. Caracas acusa os Estados Unidos de tentarem impor pela força uma mudança de governo e rejeita a decisão de Washington, classificando-a como “ridícula”. 

Artigos Relacionados