Partido governista de Honduras pressiona por recontagem de votos
Ex-presidente Manuel Zelaya convoca mobilização pacífica para exigir transparência do órgão eleitoral hondurenho após denúncias de fraude na apuração
247 - O Partido Liberdade e Refundação (Libre), força política no governo de Honduras, intensificou a pressão sobre o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ao exigir a recontagem integral das atas das eleições presidenciais realizadas há duas semanas. A mobilização foi convocada pelo ex-presidente hondurenho e coordenador-geral do partido, Manuel Zelaya, que chamou militantes e simpatizantes a se reunirem em frente ao centro de logística do órgão eleitoral, em Tegucigalpa.
A informação foi divulgada pela agência Prensa Latina, que relatou o apelo feito por Zelaya por meio de sua conta na rede social X. Segundo ele, o objetivo dos protestos pacíficos é forçar o CNE a recontar as 19.167 atas de apuração referentes à disputa presidencial, diante de numerosas irregularidades registradas durante o processo eleitoral.
De acordo com o ex-presidente, a autoridade eleitoral tem responsabilidade institucional de tratar as impugnações de forma transparente e aprová-las imediatamente. Zelaya denunciou que os documentos teriam sido alterados pelo Sistema de Transmissão de Resultados Preliminares (TREP), o que, em sua avaliação, compromete a lisura da apuração.
Além da eleição presidencial, a mobilização também busca apoiar a reeleição do prefeito da capital, Jorge Aldana. Segundo Zelaya, o Partido Nacional, de direita, estaria tentando fraudar a vitória do atual prefeito de Tegucigalpa. Para o Libre, a pressão popular é uma estratégia para garantir a abertura de todas as urnas e a realização de uma recontagem completa.
Zelaya defendeu que o processo seja conduzido de forma integral, com a revisão detalhada de cada voto. Para ele, apenas uma apuração minuciosa poderá assegurar o respeito à vontade popular expressa nas urnas. O ex-presidente também rejeitou qualquer tentativa de imposição ou manobra política destinada a alterar o resultado das eleições.
No mesmo contexto, Zelaya questionou a interferência dos Estados Unidos no processo eleitoral hondurenho, responsabilizando o país por um golpe eleitoral. Ele afirmou que o partido e sua base social permanecerão mobilizados até que seja garantido um processo transparente. “Não à interferência estrangeira que nos roubou as eleições. Não ao golpe eleitoral. Não à fraude. Ninguém se renderá”, declarou.
Em assembleia extraordinária realizada no último sábado (13), o Libre afirmou que a ata em sua posse confirma a vitória do candidato presidencial do Partido Liberal, Salvador Nasralla. O resultado apresentado pelo partido governista diverge da divulgação oficial do CNE, que aponta o candidato nacionalista Nasry Asfura como líder da contagem, aprofundando a disputa política e institucional em torno do desfecho das eleições em Honduras.



