"Querem roubar o petróleo venezuelano", diz presidente da Assembleia Nacional
Jorge Rodríguez acusa Estados Unidos de usar o narcotráfico como pretexto para controlar o petróleo venezuelano
247 – O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, acusou os Estados Unidos de utilizarem o discurso do combate ao narcotráfico como pretexto para justificar agressões contra Caracas e avançar sobre as riquezas energéticas do país. As declarações foram feitas no encontro Juristas Internacionais pela Paz, realizado no âmbito do Conselho Nacional pela Soberania e a Paz. As informações são do jornal teleSUR, fonte original da notícia.
Segundo o veículo, Rodríguez afirmou que os Estados Unidos não realizam uma política verdadeira de combate ao tráfico. Para ele, o objetivo central das autoridades norte-americanas é gerar narrativas que permitam pressionar a Venezuela e justificar medidas de força. “Os Estados Unidos não realizam uma verdadeira luta contra o narcotráfico, e seu verdadeiro interesse na região é roubar o petróleo venezuelano”, disse.
Sanções como forma de guerra moderna
Rodríguez denunciou que as sanções econômicas impostas por Washington há mais de uma década configuram um mecanismo contemporâneo de bloqueio e assédio. “São guerras sem balas, mas com vítimas”, afirmou, destacando que tais medidas comprometem gravemente os direitos da população, incluindo saúde, educação e alimentação.
O dirigente venezuelano também alertou que a retórica antidrogas tem sido usada como justificativa política para ações hostis contra o país, criando um ambiente internacional favorável a futuras agressões.
“Se quisessem combater o problema, tratariam o consumo como questão social”
O presidente da Assembleia Nacional criticou a incoerência da política antidrogas dos Estados Unidos. Segundo ele, os principais centros de consumo de drogas do planeta estão justamente em território norte-americano, onde o tema raramente é tratado em sua dimensão social.
“Se realmente quisessem combater esse problema, deveriam tratar o consumo de drogas como um assunto médico e social”, afirmou.
Rodríguez citou ainda estudos das décadas de 1970 e 1980 segundo os quais entre 60% e 70% das cédulas em circulação nos Estados Unidos tinham traços de cocaína, revelando a profundidade do consumo interno.
Venezuela é reconhecida internacionalmente por combater o tráfico
Rodríguez destacou que a Venezuela não é produtora de drogas, não enfrenta um problema relevante de consumo e vem sendo reconhecida por organismos internacionais — incluindo as Nações Unidas — por sua eficiência no combate ao tráfico ilícito.
Ele lembrou que, desde a saída da DEA do país, as operações venezuelanas tornaram-se mais efetivas. Segundo seus dados, as autoridades já apreenderam 70 toneladas de drogas somente no ano de 2027.
“Não esperemos décadas para descobrir que tudo era mentira, como no Iraque”
O dirigente alertou para o uso recorrente de justificativas falsas por parte dos EUA para legitimar ações de agressão. “Não esperemos décadas para que se desclassifiquem documentos demonstrando que tudo era mentira, como ocorreu com o Iraque”, afirmou.
Rodríguez defendeu que o Caribe deve ser preservado como zona de paz e pediu atenção da comunidade internacional diante de possíveis manipulações voltadas à desestabilização da Venezuela.
Evento reuniu autoridades e delegações internacionais
O encontro Juristas Internacionais pela Paz contou com a presença de autoridades venezuelanas e representantes de diversos países. Entre os participantes estavam:
- Caryslia Carinthia Beatriz Rodríguez Rodríguez, presidenta do Tribunal Supremo de Justiça
- Yván Gil, chanceler da Venezuela
- Pedro Infante, primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional
- América Pérez, segunda vice-presidenta
- Deputados, fiscais do Ministério Público e membros da Defensoria do Povo
- Decanos universitários e estudantes de Direito
- Representantes de entidades de direitos humanos de Cuba, Etiópia, Tunísia, Uganda, Argentina e República Democrática do Congo



