Venezuela aposta na produção nacional de alimentos para enfrentar pressões dos EUA
Vice-presidenta Delcy Rodríguez afirma que mobilização alimentar e economia comunal são pilares da soberania diante das ameaças do governo norte-americano
247 - A vice-presidenta executiva da República Bolivariana da Venezuela, Delcy Rodríguez, afirmou que o país respondeu ao cerco político e econômico dos Estados Unidos com uma estratégia centrada na produção nacional de alimentos, na organização comunitária e na autossuficiência econômica. Segundo ela, a defesa da soberania venezuelana passa pela mobilização produtiva de base e pela consolidação de um modelo econômico próprio, voltado à independência, informa a Telesur.
Durante visita a diferentes pontos de execução do Plano Prosperidade Amor e Alimentos, no bairro de El Valle, a vice-presidenta destacou o avanço do modelo comunitário como eixo central da resposta venezuelana às pressões externas. De acordo com ela, nas últimas cinco semanas de 2025 foram distribuídas 158 mil toneladas de alimentos em todo o território nacional, beneficiando cerca de cinco milhões de famílias.
Rodríguez contratou esse esforço interno com a presença militar dos Estados Unidos no sul do Caribe, que, segundo ela, inclui um dos maiores destacamentos da região em décadas, com destaque para o porta-aviões USS Gerald Ford. Enquanto Washington amplia sua capacidade bélica, a Venezuela, afirmou, colocou em prática “algo verdadeiramente inédito”: uma operação nacional de logística alimentar baseada no Poder Popular.
A vice-presidenta atribuiu o sucesso da iniciativa à articulação das forças produtivas comunitárias e à organização popular, que teriam garantido o abastecimento e a estabilidade em meio ao que descreveu como um “bloqueio naval” imposto por Washington. Em referência direta ao atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Rodríguez foi enfática ao defender a unidade interna como resposta às ameaças externas.
“Precisamos nos proteger das ameaças e agressões do atual governo dos EUA; a resposta da Venezuela deve ser a união produtiva”, afirmou, durante a visita às unidades de produção comunitárias.
Ela também ressaltou que, apesar do assédio econômico, financeiro e comercial, o país apresenta indicadores positivos. Como exemplo da força do modelo comunitário, foi citado o caso do estado de Yaracuy, onde a cidade de Cocorote realizou, nas festividades natalinas, a maior ceia coletiva do mundo, reunindo cerca de 7 mil pessoas. A ação contou com o trabalho de mais de 150 voluntários e das Cocineras de la Patria, que atuaram desde a madrugada para viabilizar a iniciativa.
Ao comentar o cenário político e social, Rodríguez afirmou que o apoio popular ao governo, expresso em grandes mobilizações, demonstra a determinação do povo venezuelano em preservar sua independência econômica. Para ela, o fortalecimento do aparato econômico popular é essencial para romper o cerco externo e projetar um 2026 marcado pela prosperidade.
“O modelo de comunas produtivas é fundamental para garantir a estabilidade econômica do país”, concluiu.
A vice-presidenta também informou que o governo está elaborando um mapa produtivo nacional com vistas ao primeiro Encontro de Economia Comunal, previsto para 2026. O objetivo, segundo explicou, é interconectar as capacidades locais de cada estado e consolidar circuitos econômicos integrados, inseridos no chamado “grande modelo da economia da independência”, que, de acordo com o governo, deverá assegurar resultados ainda mais positivos no próximo ano.



