Vigília em Nova York pede paz e diálogo entre Venezuela e EUA
Comunidade inter-religiosa se reúne no Brooklyn e reforça apelo por soluções diplomáticas para a escalada de tensões entre os dois países
247 - Líderes religiosos se reuniram no Brooklyn, Nova York, para realizar uma vigília pela paz entre Venezuela e Estados Unidos. O encontro, marcado pelo espírito do Advento, buscou reafirmar o compromisso coletivo com o diálogo em meio à crescente pressão exercida pelo governo do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A informação é da Telesur.
A iniciativa ocorreu na Igreja Luterana da Trindade e foi organizada sob a liderança do reverendo Dr. Samuel Cruz. A vigília foi também uma resposta ao chamado do Papa Leão XIV por uma solução pacífica para o conflito.
O reverendo Samuel Cruz criticou abertamente a interferência estadunidense na política latino-americana, afirmando que “os Estados Unidos vêm exercendo influência não apenas na Venezuela, mas também em Honduras, onde interferiram no processo eleitoral”. Ele ressaltou ainda que o governo norte-americano alega combater o tráfico de drogas, embora, segundo ele, a quantidade proveniente da Venezuela seja mínima.
Durante sua fala, Cruz também apontou as contradições da Casa Branca ao comparar as acusações feitas contra o presidente venezuelano Nicolás Maduro com o indulto concedido ao ex-presidente hondurenho Juan Orlando Hernández, condenado por tráfico de drogas, porte ilegal de armas e vínculos com o narcotraficante Joaquín “El Chapo” Guzmán.
O embaixador da Venezuela na ONU, Samuel Moncada, participou da vigília e denunciou a escalada de hostilidades. “É uma fabricação, é uma guerra fictícia, uma guerra fictícia que pode se tornar uma guerra real em breve”, declarou, alertando para o risco de que a retórica agressiva se transforme em conflito armado. Ele também destacou que mortes no mar, atribuídas por setores norte-americanos à Venezuela, atingiram igualmente cidadãos da Colômbia e da República Dominicana, enquanto parte da mídia estadunidense celebrou tais episódios.
Dirigindo-se aos presentes, Moncada fez um apelo por mobilização social e por iniciativas que possam reduzir as tensões. Para ele, o diálogo é o único caminho capaz de conter a escalada de ameaças vindas exclusivamente da administração norte-americana. O diplomata defendeu ainda que a compreensão das diferenças culturais entre os países pode abrir espaço para a paz.
Os participantes reforçaram que a busca por soluções diplomáticas não é apenas uma demanda entre governos, mas uma necessidade urgente para preservar vidas nas duas nações, especialmente diante das recentes ameaças militares feitas por Donald Trump.
Ao final do encontro, o reverendo Samuel Cruz convidou o público a entoar a frase “diálogo sim, guerra não”, consolidando o compromisso coletivo com a paz. O bispo Rey Rivera, fundador do Centro de Ação Pastoral Latina no Bronx, também convocou os presentes a unir fé e ação: “não só no ativismo, mas também em oração”, pedindo pela proteção do povo venezuelano e por uma mudança de postura entre os responsáveis por decisões políticas.



