2026 foi um ano ruim para a direita
O mundo caminha para a esquerda, assim como a maioria da América Latina e o próprio Brasil
A direita não tem muito o que comemorar em 2026, apesar da vitória que teve no Chile, já perto do fim do ano.
Foi, antes de tudo, mais um ano no processo de decadência ou declínio da hegemonia norte-americana no mundo. O país, que é a referência central da direita no mundo, foi perdendo, ao longo deste século, seu poderio econômico e político, mesmo mantendo sua força militar.
A presidência de um tipo como Donald Trump é um suicídio para os Estados Unidos. O fechamento do país sobre si mesmo, sob a suposta razão de que o país haveria sido prejudicado pelos intercâmbios comerciais com os outros países.
Ao fazer esses movimentos, deixou o espaço internacional ainda mais livre para que a China se expandisse e ocupasse os espaços deixados vazios pelos Estados Unidos.
Além disso, a política de punir outros países com tarifas altas terminou funcionando como um bumerangue, elevando os preços nos próprios Estados Unidos, fazendo com que o governo Trump tivesse que voltar atrás.
Foi ruim também pelo fortalecimento dos Brics no mundo, a nova modalidade de organização do Sul do mundo. Pela primeira vez, os Estados Unidos tiveram que se enfrentar com a temida aliança da Rússia com a China.
Seus principais aliados tampouco se deram bem. A Europa, penetrada pela ultradireita, tornou-se um continente inexpressivo em escala mundial.
Na América Latina, por sua vez, nunca os Estados Unidos estiveram tão isolados, ficando apenas com a Argentina de Javier Milei como aliado. Enquanto os outros países, liderados pelo Brasil e pelo México, mantêm forte oposição ao governo norte-americano.
Ao mesmo tempo, o modelo neoliberal se enfraqueceu, conforme se revelou uma política recessiva, sem capacidade de expandir a economia.
Para a direita brasileira, o ano tampouco foi positivo. O bolsonarismo sofreu duros golpes, com a prisão do seu líder e sua fracassada tentativa de romper a tornozeleira.
Se o Lula se consagrou ao longo do ano e os Brics se consolidaram em escala mundial, a direita só pode lamentar o que transcorreu ao longo de 2025.
O mundo se tornou mais progressista, a direita viveu grandes retrocessos. O destino trágico da família Bolsonaro é um roteiro do que a direita brasileira está condenada.
Bolsonaro foi preso e não houve nenhum tipo de manifestação de solidariedade com ele. O lançamento da candidatura de um dos seus filhos não conseguiu nem o apoio da direita organizada, que prefere o Tarcísio.
Este, por sua vez, cometeu a maior quantidade de erros que um político pode cometer, entre eles, solidarizar-se e reafirmar seus vínculos indissolúveis com o Bolsonaro, mesmo depois de condenado à prisão.
Em suma, o mundo caminha para a esquerda, assim como a maioria da América Latina e o próprio Brasil. E 2026 não se anuncia diferente. Os Brics tendem a se consolidar e se ampliar no mundo, enquanto o Lula tem tudo para se reeleger e o Brasil para seguir a via do crescimento econômico, do pleno emprego e da distribuição de renda. Tudo na contramão do que pensa e pratica a direita.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.




