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Leonardo Giordano

Secretário das Culturas de Niterói

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A condenação de Bolsonaro e os desafios que permanecem

O julgamento de Bolsonaro abre uma página importante da história recente do Brasil, mas ele é apenas um capítulo

O ex-presidente Jair Bolsonaro em sua casa em Brasília onde cumpre prisão domiciliar - 03/09/2025 (Foto: REUTERS/Diego Herculano)

A condenação de Jair Bolsonaro representa muito mais do que a responsabilização de um indivíduo por seus crimes. Trata-se de um momento histórico para a democracia brasileira, uma reafirmação da nossa soberania nacional e da liberdade do nosso povo. O julgamento se baseou em fatos e provas dos autos, mas teve também uma dimensão simbólica que o próprio Bolsonaro reforça reforça seu caráter entreguista dos que traem a pátria ao fazer aliança com Donald Trump em busca de sanções econômicas e a tentativa de sequestro da economia e das instituições brasileiras.

É essencial para o Brasil se afirmar enquanto uma soberana nação que não seja tratada como quintal de interesses externos, alheios às necessidades do povo brasileiro. A soberania nacional é inegociável. Por isso, esse julgamento afirma o direito do nosso país de decidir o próprio destino. É importante não nos iludirmos: a prisão de Bolsonaro, por si só, não desmonta o ideário da extrema-direita. O bolsonarismo é a expressão contemporânea do fascismo brasileiro. O personagem foi atingido, mas as ideias que ele representa continuam circulando e precisam ser combatidas com organização, consciência e mobilização popular.

A batalha é ideológica, mas também profundamente concreta e cultural. Ela está presente nas lutas por direitos econômicos, sociais, como a regulamentação das bigtechs, como a mobilização pelo fim da jornada 6x1, que sacrifica a dignidade de milhares de trabalhadores; nas lutas sociais e políticas, como a defesa dos direitos das mulhere, na disputa de narrativa e no combate ao racismo estrutural; a luta contra a LGBTQIA+fobia e todas as formas de opressão na perspectiva da construção de um Brasil mais justo.e menos desigual.

No Rio de Janeiro, esse embate ganha contornos ainda mais urgentes. O governo de Cláudio Castro é a principal expressão do Bolsonarismo em nosso estado: enfraquecido, envolto em escândalos de corrupção, sem projeto de desenvolvimento e sem empatia com as dificuldades da população.O governador não esconde suas alianças. Além disso, tem usado suas redes para criticar a condenação do ex-presidente, chamando o julgamento de um “dia infeliz para o Brasil” e reafirmando “total apoio” a Bolsonaro.

Compactuando com os ataques à democracia e às instituições de nosso país. Cláudio Castro não tem projeto para o Estado do Rio de Janeiro, vive na sombra de um ideário autoritário e tenta manter viva a agenda bolsonarista. Não é apenas a falta de ideias que marca sua gestão, mas a escolha consciente de se alinhar com um projeto político que aprofunda a desigualdade e reforça o discurso de ódio amplia a violação dos direitos do povo.

Em Niterói, a tarefa que se coloca é a de seguir derrotando o projeto político bolsonarista. O caminho é: fortalecer projetos que promovam desenvolvimento social, participação popular e a construção de uma sociedade menos desigual.

O julgamento de Bolsonaro abre uma página importante da história recente do Brasil, mas ele é apenas um capítulo de uma luta que segue em curso. Cabe a nós, como sociedade, não apenas comemorar a vitória da justiça, mas aprofundar o combate às ideias que corroem a democracia e sufocam os direitos do povo. Para esse enfrentamento de longo prazo é necessário construir a maior frente social e política possível comprometida em defender a democracia , a soberania nacional e os direitos do nosso povo. Só assim poderemos consolidar um futuro soberano, democrático e menos desigual.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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