A maldição da pirâmide
Quem será a próxima vítima?
Joguem a Malu Gaspar na fogueira - grita a plebe ignara e raivosa, sedenta de sangue - ela é a fonte de todo o mal, com suas insinuações maldosas, foi certamente escalada pela Globolixo para implodir o país e torná-lo escravo do Grande Império!
Não, não, não - berram outros - quem merece a forca é Alexandre de Moraes, que pressionou Galípolo a esconder os grandes segredos, que telefonou seis vezes para ele ameaçando-o e todos os seus descendentes com a prisão perpétua na Ilha de Elba, até apodrecer ao lado de Napoleão!
Nada disso - exigem outros - esfolem Galípolo, que não ousa admitir que foi pressionado por Moraes, que atendeu os seis telefonemas ameaçadores e que não tem coragem de reconhecer que é um joguete nas mãos do terrível Alexandre de Moraes por medo de apodrecer ao lado de Napoleão.
Absurdo - vociferam outras legiões de patrulheiros da moral - o certo é esquartejar a mulher de Alexandre de Moraes, que em troca do vil metal comprou meio Congresso, com contrato assinado por Satanás, disputa o ranking com o bilionário Elon Musk.
Que nada - garantem os mais comedidos - ponham em ferros e joguem sobre brasas Dias Toffoli. Ele pegou carona no jatinho dos palmeirenses desvairados que sonhavam com o Mundial, ao lado do advogado do diabo, que o convenceu, em troca da imortalidade, a esconder para todo o sempre as pegadas do Abominável Homem das Neves.
Tal como na lenda criada em 1922, após a descoberta da tumba de Tutancâmon por Lord Carnarvon, morto por uma picada de mosquito, todos que se aproximam dos segredos da grande pirâmide do faraó Daniel Vorcaro I sofrem desterros, cancelamentos, linchamentos, crucificações e toda sorte de mortificações mais aterrorizantes que as das vítimas do inferno de Bosch.
Falta-me o talento de Homero, pai das duas maiores epopéias da Grécia Antiga - a Ilíada e a Odisséia - ou de Hesíodo, autor da Teogonia e de Os Trabalhos e os Dias - ou de Arctino de Mileto, Lesques de Pirra, Eumelo de Corinto, Quinto de Esmirna, para relatar com mais brilho a maior epopéia do nosso tempo, que se desenrola, ávida por engolir um por um os poderosos que ocupam os palácios de mármore da cidade sem esquinas.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.




