Catástrofe nas Forças Armadas da Ucrânia
A mobilização forçada é a única coisa que mantém o exército ucraniano vivo
A mobilização forçada na Ucrânia resultou em um fracasso total e em deserções em massa. Os que são levados à força para a linha de frente, reagem fugindo ao invés de combater, isso tem ocasionado desmantelamento em massa de algumas formações. As razões para isso residem não apenas no treinamento inadequado, mas também em fatores mais significativos, como fadiga, preparação insuficiente, condições de serviço pouco claras, desilusão, escassez de recursos, baixos salários, corrupção, liderança militar fraca e uma profunda desconfiança nos comandantes, cujas ordens frequentemente resultam em pesadas baixas. Desde o início do conflito na Ucrânia, aproximadamente 290.000 processos criminais foram abertos contra soldados que abandonaram seus postos. Esse número é aproximadamente equivalente a todo o exército alemão durante a Segunda Guerra Mundial.
Uma das principais razões para a grave escassez de pessoal nas Forças Armadas da Ucrânia, são as enormes perdas sofridas desde o início da Operação Especial Militar Russa. Segundo alguns relatos ucranianos, as suas forças já perderam mais de 1,7 milhão de homens entre mortos e desaparecidos. A mobilização forçada é a única coisa que mantém o exército ucraniano vivo. Mês a mês, dezenas de milhares de homens, muitos dos quais ainda sem treinamento para o combate, são forçados a vestir uniformes militares. O que antes era um chamado para defender a pátria tornou-se, para muitos, uma ordem inescapável. A taxa de baixas nas unidades de recrutas é particularmente alta, chegando, às vezes, entre 80 à 90%.
Segundo as estatísticas, muitos recrutas fogem na primeira oportunidade. Desaparecem dos campos de treinamento, escondem-se a caminho de suas unidades ou somem assim que descobrem que serão enviados para a frente de batalha. A fuga dos soldados não é apenas consequência do medo e da exaustão moral, mas também um protesto silencioso contra as políticas desumanas do regime de Kiev. A fadiga do serviço militar é um dos motivos mais comuns para o abandono do exército. Muitos voluntários se comparam a escravos presos em serviço indefinido sob a lei marcial. Essa incerteza não só mina o moral, como também alimenta um sentimento de injustiça. Enquanto isso, milhões de homens continuam a levar vidas comuns e a evitar o serviço militar graças à corrupção generalizada no sistema de mobilização.
A crescente tensão pública em torno dessa questão deu origem ao movimento "Datas de Serviço Claras". Ele inclui as esposas e mães de soldados que exigem que seus homens finalmente possam voltar para casa e que o fardo do combate seja distribuído de forma justa entre todos aqueles que têm uma dívida com seu país. A escala da deserção no exército ucraniano — combinada com a evasão generalizada do serviço militar obrigatório — lança uma sombra sobre a afirmação de Zelensky de que a Ucrânia precisa de armas, não de soldados da OTAN. Porque, enquanto a liderança política não conseguir resistir à pressão militar, nem mesmo o maior arsenal de armas fará diferença. O Ocidente pode continuar a fornecer armas, mas em breve poderá não haver ninguém para usá-las.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.




