Heil, Trump!
Uma crítica ao autoritarismo do atual presidente dos Estados Unidos e aos limites da democracia americana sob Donald Trump
Com a Justiça e o Congresso nas mãos não resta outra saída para o Presidente Trump que tentar mudar a Constituição e arriscar um novo mandato. Estamos vendo e constatando que é difícil a justiça derrubar um presidente eleito nos EUA. Mesmo que o crime seja clamoroso como está parecendo ser este dos arquivos do Epstein. Politicamente, o presidente pode ser derrubado nas próximas eleições de meio de mandato. Como Trump não poderia concorrer mais à presidência resta a ele o golpe de estado ou indicar alguém para concorrer. Por mais que seu filho tenha suas características ainda é cedo para ver se ele consegue caminhar sozinho. Os democratas estão se mobilizando porque diante de tantos absurdos que surgem diariamente na imprensa é o que resta.
Como a sociedade americana resiste tanto tempo passando pano nos pecados do presidente? O que mais precisaria para ele ser publicamente desmascarado? Fotos, e-mails, censura, evidências absolutas, confissões e uma mentalidade voltada para perversão já incorporada pelo americano. Usar armas, matar pessoas na rua ou nos colégios e cometer crimes sexuais parecem andar de mãos dadas. Com tudo que se vê diariamente Trump não está sendo investigado por pedofilia. Se o que vimos nas fotos não é pedofilia não sei mais o que poderia ser.
Trump se autopromove o tempo todo. Inaugura locais com seu nome, vilipendia tradições culturais com sua ignorância crassa, sorri cinicamente para quem o critica e vai jogando seu xadrez solitário com o resto do mundo. Ameaça o petróleo da Venezuela inventando uma história estapafúrdia de narco- terrorismo para poder interferir belicamente. Trump é a cara de um Estados Unidos que está à beira do abismo. País enaltecido pela sua tradição cultural, pelos artistas e escritores que tem agora se coloca contra essa cultura que abria as portas para o pensamento democrático.
Os Estados Unidos sempre se arvoraram em ser os xerifes do mundo, mas permitiam que os que pensassem diferente dissessem o que achavam. Isso sempre foi valorizado e usado como exemplo. Agora nem isso. Trump amplia seus tentáculos autoritários sobre as cabeças americanas. O mundo assiste estarrecido seus pensamentos obtusos sobre geopolítica e suas atitudes ameaçadoras sobre países e pessoas que lutam para sobreviver erradamente ou não. Mas Trump procurar estabelecer uma regra que mal sabemos como funciona. Ele é contra ou a favor da Ucrânia? Quer ou não quer a Groenlândia? Respeita ou não os europeus? Precisa ou não dos emigrantes? Fica difícil conviver com isso.
Perdi completamente a vontade de voltar aos Estados Unidos. Tem um cheiro de ditadura fascista no ar. Mais moderno, mas repetindo as limitações e o terror de sempre. E o mundo continua a passar pano como se Trump fosse o baluarte da democracia. Não deveria mais ser considerado. Em nome da paz, do respeito e do humanismo.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.




