O Brasil vai bem, obrigado
Enquanto no mundo segue o declínio ou a decadência da hegemonia norte-americana, os BRICS se fortalecem e o Brasil consolida seu papel nele
Foi mais um ano bom para o Brasil. Enquanto no mundo segue o declínio ou a decadência da hegemonia norte-americana, os BRICS se fortalecem e o Brasil consolida seu papel nele.
No plano nacional, o Lula e o PT se fortalecem. Houve quem dissesse, como o Psol, que o PT estaria errado e o Lula fracassaria. Deu o oposto: o PT estava certo e o Lula deu mais do que certo, tanto assim que o próprio Psol passou a votar nele.
Por seu lado, o Leonel Brizola voltou ao Brasil, achando que seria "o encanto secreto do povo brasileiro". Acreditava que haveria continuidade com o prestígio que o Getúlio havia tido.
Não se deu conta de que aquilo tinha se dado centrado no Rio, em torno, principalmente, de empresas estatais. Desde então, o capitalismo deslocou seu eixo do Rio para São Paulo, mais especialmente para o ABC e a indústria automobilística, em particular.
Por isso, o papel fundamental no processo político brasileiro passou a ser desempenhado pelo PT. Brizola não deixou herança partidária, o PDT não tem comparação com o PT e, frequentemente, aparece com vínculos com a corrupção.
Os brizolistas passaram a viver sentimentos de inferioridade em relação ao PT e, muitos deles, nos meios de comunicação, caem no antipetismo, um instrumento da direita contra o partido do Lula e o próprio Lula. Da mesma forma que, na Argentina, a direita se vale do antiperonismo para eleger um presidente de direita.
No Brasil, a direita sabe que não poderá voltar ao governo sem conseguir desgastar a imagem do Lula e do PT. E se vale da mídia, que é o verdadeiro partido da direita, para essa atividade.
Nunca discutem a natureza e as características dos governos do PT. Sabem que o governo vai muito bem, obrigado. Que leva o Brasil à sua melhor situação, de todos os pontos de vista: econômico, político, de projeção internacional.
Os brizolistas ou neobrizolistas nunca perdoam que perderam a eleição para o Lula, que passou a protagonizar o papel central da esquerda no país. Brizola chegou, no fim da vida, a romper com o governo Lula e a aparecer vinculado a políticos de direita, com um fim triste.
Seu momento mais glorioso foi quando conseguiu impedir, desde o Rio Grande do Sul, o golpe de 1961. Desde então, sofreu a incompreensão da mudança das condições históricas do país e tornou-se um político sem maior projeção.
Por tantas razões, o PT se tornou o grande partido do período histórico atual. O partido que, junto com a fundação da CUT e do MST, foi o protagonista geral do Brasil contemporâneo.
Um partido que já tem quase três milhões de filiados em todo o país, tendo filiado mais de 340 mil membros com a campanha de filiação que fez no começo deste ano. Um partido que reconhece as tendências internas como uma expressão da democracia interna.
Eu sou petista e sou lulista, com muito orgulho e com muito amor. Não sou de nenhuma tendência interna, reconhecendo sua importância para o debate interno do PT.
Me assumo como petista e como lulista. Estou com o Lula, para o que der e vier. Com ele na presidência, o Brasil vai bem, obrigado.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.




