Lula critica PL da Dosimetria e promete "surra" na extrema-direita em 2026
Presidente diz que democracia não pode dar “passo para trás”: “eu vou vetar essa lei”
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou nesta sexta-feira (19) que irá vetar o chamado Projeto de Lei da Dosimetria, aprovado pelo Congresso, e fez duras críticas à extrema-direita, ao tratar do cenário político e institucional do país. Durante discurso, Lula defendeu a preservação da democracia, rejeitou qualquer forma de anistia a envolvidos em tentativas de ruptura institucional e disse que o país não pode retroceder diante de ameaças autoritárias.
As declarações foram feitas durante a cerimônia de Natal da ExpoCatadores 2025, realizada em São Paulo. No evento, o presidente abordou tanto o debate legislativo quanto a disputa política projetada para o ano que vem, reafirmando que seu governo não aceitará medidas que, segundo ele, representem concessões a quem atentou contra a ordem democrática.
Ao comentar o ambiente eleitoral, Lula afirmou que setores da oposição já se movimentam pensando em 2026, mas ressaltou que sua prioridade segue sendo governar. “Tem muita gente já pensando na eleição de 2026. Não posso pensar ainda porque tenho que trabalhar. Mas deixa eles pensarem”, declarou. Em seguida, elevou o tom ao se referir à disputa política: “Quando eles quiserem, venham, porque vamos dar uma surra em quem se meter a achar que a extrema-direita vai voltar a governar esse país. Quero comparar o que eles fizeram nesse país com o que nós fizemos".
No discurso, o presidente associou a atuação da extrema-direita a práticas negacionistas e responsabilizou esse campo político por consequências graves durante a pandemia de Covid-19. “Esse país não pode permitir que a extrema-direita fascista, negacionista, que foi responsável pela morte de mais de 700 mil pessoas, a maioria delas por falta de respeito, por não acreditar em vacina, por não cuidar do oxigênio, essas pessoas voltem a governar este país com mentiras pela internet”, afirmou.
Lula também destacou o que classificou como um momento inédito da história política brasileira, ao mencionar responsabilizações judiciais por tentativa de golpe. “É da nossa obrigação não permitir que a democracia dê um passo para trás. Pela primeira vez na história desse país temos um presidente preso por tentativa de golpe. Pela primeira vez temos quatro generais de quatro estrelas presos pela tentativa de golpe, pela tentativa de fazer um plano para matar o Lula, o Alckmin e o Alexandre de Moraes”, disse.
Na sequência, o presidente criticou iniciativas que buscam reduzir penas ou conceder anistia aos envolvidos nesses episódios. “E eles agora querem anistia. Com todo respeito aos deputados e senadores que votaram a lei da redução da pena, eu vou vetar essa lei. E se eles quiserem, que derrubem meu veto. Mas a gente tem que ensinar esse pessoal a respeitar”, declarou.
Ao final, Lula fez referência à própria trajetória política para reforçar a defesa das regras democráticas. “Eu perdi três eleições nesse país. Perdia e voltava para casa, me preparava para outra. Nunca tentamos tomar o poder de assalto. Eles têm que aprender que na democracia vence quem tem mais voto”, concluiu, encerrando o discurso com uma defesa enfática do processo eleitoral e do Estado de Direito.



