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Joaquim de Carvalho

Colunista do 247, foi subeditor de Veja e repórter do Jornal Nacional, entre outros veículos. Ganhou os prêmios Esso (equipe, 1992), Vladimir Herzog e Jornalismo Social (revista Imprensa). E-mail: joaquim@brasil247.com.br

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Roberta Luchsinger diz ser alvo da PF para atingir filho de Lula e defende investigação

“Ainda existe, de forma muito forte, um sentimento de ódio direcionado ao presidente Lula e à sua família”, afirmou

A herdeira do ex-acionista do Credit Suisse Peter Paul Arnold Luchsinger, Roberta Luchsinger, saiu do PCdoB e agora está filiada ao PT; "O PT não acabou e, pelo contrário, ele está ficando mais forte apesar de toda essa perseguição absurda da Lava Jato", disse (Foto: Leonardo Lucena)

Alvo da nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada nesta terça-feira pela Polícia Federal, a empresária Roberta Luchsinger afirmou, em declaração exclusiva ao Brasil 247, que acredita estar sendo usada como meio para atingir politicamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por meio de seu filho, Fábio Luís Lula da Silva. Segundo ela, há um ambiente de hostilidade que tenta transformar relações pessoais e projetos empresariais em instrumentos de ataque político.

Roberta mantém um projeto na área de saúde ligado ao uso de canabidiol, desenvolvido em parceria com Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. Em razão desse projeto, ela recebeu o pagamento de R$ 1,14 milhão de uma empresa ligada a Camilo Antunes. A oposição passou a questionar a transação e tenta associá-la a Fábio Luís Lula da Silva, que é amigo de Roberta.

Questionada pelo Brasil 247 se acredita estar sendo usada para atingir o filho do presidente, Roberta respondeu de forma direta. “Acredito que sim. Ainda existe, de forma muito forte, um sentimento de ódio direcionado ao presidente Lula e à sua família. Há uma pseudo elite mesquinha que não aceita ver o Brasil avançar. Incomoda profundamente o fato de o ‘filho do operário’ ser amigo da ‘neta do banqueiro’”, declarou.

Roberta Luchsinger é herdeira do banqueiro suíço Peter Paul Arnold Peter Luchsinger, ex-acionista do Credit Suisse. Para ela, essa combinação de origens sociais distintas, somada à proximidade pessoal com o filho do presidente, tem sido explorada politicamente para criar suspeitas sem fundamento comprovado.

Apesar de ter sido alvo da operação, Roberta afirmou que encara a investigação com tranquilidade. “Encaro a investigação de forma positiva e necessária, pois será a oportunidade de mostrar que não tenho nada a ver com isso”, disse, ressaltando que confia no esclarecimento dos fatos.

O presidente Lula também comentou o episódio durante entrevista coletiva. Perguntado, respondeu de forma categórica, sem citar nomes, que não haverá proteção a familiares. “Se tiver filho meu metido nisso, será investigado”, declarou.

A Operação Sem Desconto segue em andamento, e a Polícia Federal ainda não apresentou conclusões sobre eventuais responsabilidades. Por envolver autoridades com prerrogativa de foro, a investigação está sob jurisdição do Supremo Tribunal Federal, tendo como relator André Mendonça, indicado à corte pelo então presidente, Jair Bolsonaro, adversário de Lula.

A oposição tenta transformar a investigação num teatro político, para desgastar Lula em ano de eleição. Com a resposta direta e categórica, Lula mostrou que não teme essas ameaças

Ele mesmo lembrou que toda a apuração em curso surgiu por iniciativa de seu próprio governo, que descobriu um esquema criminoso de desvio de dinheiro dos aposentados que teve origem no governo Temer, e cresceu no governo Bolsonaro. E, inclusive, está ressarcindo as vítimas.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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