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Banco do Nordeste reduz juros para projetos verdes no agronegócio

Práticas de baixo carbono garantem redução de até dois pontos nas taxas de financiamento rural

Banco do Nordeste reduz juros para projetos verdes no agronegócio (Foto: Agência Brasil )

247 - Os produtores rurais do Nordeste passam a contar com condições especiais para investimentos em sustentabilidade, graças às novas vantagens oferecidas pelo Banco do Nordeste (BNB). A instituição ampliou o estímulo a práticas como integração Lavoura-Pecuária-Floresta (LPF), recuperação de áreas degradadas e fixação de nitrogênio no solo, que agora garantem juros mais baixos.

Incentivos verdes apresentados no Summit Agro 2025

Segundo Rubens Soares, superintendente de Políticas de Desenvolvimento Sustentável do BNB, produtores que adotam práticas alinhadas à sustentabilidade podem receber redução de até dois pontos percentuais nas taxas de financiamento. Ele destaca que os benefícios variam conforme o perfil da operação, sendo mais expressivos na linha FNE Verde ABC, destinada exclusivamente à Agricultura de Baixo Carbono.

Nessa modalidade, o incentivo se torna ainda mais evidente. “Por essa linha, quem utiliza o integração lavoura-pecuária-floresta, por exemplo, já tem uma taxa de juros menor. Então, o produtor percebe, que para ele, é adequado trabalhar com essa técnica de integração, assim como realizar fixação de nitrogênio no solo e recuperar áreas degradadas. Ele percebe que esse negócio sustentável traz mais resultados”, disse Rubens durante sua participação no Summit Agro 2025, evento realizado em São Paulo que reuniu produtores, pesquisadores, representantes governamentais e setores da agroindústria..

Produtores ganham vantagens com a linha FNE Verde ABC

Os estímulos oferecidos pelo Banco do Nordeste têm ampliado a adoção de práticas sustentáveis e acelerado transformações importantes no campo. De acordo com Soares, a política de financiamento está influenciando diferentes cadeias produtivas, especialmente nas regiões de fronteira agrícola.

Ele destaca que, desde 2024, foram financiadas três usinas de etanol à base de milho no Nordeste, movimentos que reforçam a agregação de valor dentro da própria região. “A área de fronteira do Maranhão, Piauí e Bahia é grande produtora de grãos. Antes, essa produção era exportada in natura ou vendida para alimentação animal, que são atividades importantes, mas hoje o produtor está agregando valor com a transformação do grão em biocombustível na própria região”, explica.

Crédito sustentável muda a dinâmica produtiva no Nordeste

A mudança na política de crédito não apenas incentiva práticas limpas, mas também altera o comportamento de produtores que antes dependiam exclusivamente da produção primária. O avanço da agroindústria de biocombustíveis se tornou exemplo desse novo cenário, ampliando oportunidades e gerando maior retorno econômico para o campo.

Tecnologia reforça a preservação ambiental no campo

Além das vantagens financeiras, o Banco do Nordeste vem incorporando parâmetros socioambientais rigorosos na análise das operações. Rubens explica que cada pedido de crédito passa automaticamente por 28 critérios de compliance relacionados ao desempenho ambiental. “O produtor rural que não cumpre requisitos mínimos de compliance sequer consegue parceiro para fornecer recursos”, afirma.

No campo, a adoção de tecnologias também tem sido decisiva para reduzir impactos e elevar a produtividade. Entre os exemplos citados estão o uso de drones para aplicação de defensivos agrícolas, a instalação de aviários de pressão negativa e sistemas de irrigação de precisão, práticas que fortalecem a sustentabilidade e melhoram a eficiência das propriedades rurais.

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