Eco Invest Brasil fecha 2025 com R$ 14 bilhões em projetos e projeta novo leilão em 2026
Programa federal consolida liderança em finanças sustentáveis e amplia investimentos em transição energética, bioeconomia e infraestrutura verde
247 - O Eco Invest Brasil encerrou 2025 com uma carteira robusta de projetos e resultados expressivos, consolidando-se como o maior programa de finanças sustentáveis do país. Liderado pelo Tesouro Nacional, o programa já direcionou mais de R$ 14 bilhões para iniciativas com impacto econômico, social e ambiental, com destaque para ações ligadas à transição energética, à economia circular e à bioeconomia. Diante do desempenho alcançado, o governo federal avalia a realização de um novo leilão em 2026, com o objetivo de ampliar o alcance setorial e fortalecer instrumentos financeiros voltados a projetos inovadores e em fase inicial.
Coordenado pelos ministérios da Fazenda e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, o Eco Invest integra o Plano de Transformação Ecológica – Novo Brasil. Em apenas um ano de operação, o programa lançou três leilões marcados por inovações estruturantes para o mercado financeiro, incluindo mecanismos voltados à redução de riscos e ao aumento da previsibilidade dos investimentos. Entre esses instrumentos, destaca-se o hedge cambial, que ampliou a segurança para investidores e favoreceu a entrada de capital estrangeiro nos projetos apoiados.
Ao longo de 2025, o início da liberação dos recursos do primeiro leilão aos bancos parceiros permitiu que o programa alcançasse a marca de 14 projetos financiados, contemplando todos os eixos previstos: economia circular, transição energética, infraestrutura verde e adaptação, além da bioeconomia. A economia circular reúne cinco iniciativas com potencial de impactar positivamente mais de 2 milhões de pessoas nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul, especialmente por meio da ampliação da coleta e do tratamento de esgoto, com investimentos estimados em mais de R$ 2,7 bilhões.
No campo da transição energética, os investimentos superam R$ 7 bilhões e impulsionam a descarbonização da economia. Entre as iniciativas estão projetos voltados à produção de combustível sustentável de aviação (SAF) a partir da macaúba e de combustível automotivo derivado do milho. Um dos destaques é a construção de uma biorrefinaria no interior da Bahia, com capacidade para produzir mais de 20 mil barris de óleo vegetal destinados à fabricação de combustível e diesel renovável, compatíveis com as aeronaves atualmente em operação.
A agenda de adaptação climática também passou a integrar o escopo do Eco Invest. Neste mês, o programa começou a financiar um projeto voltado ao fortalecimento da resiliência da infraestrutura elétrica frente a eventos climáticos extremos. A iniciativa será implementada na Bahia, em São Paulo e em Mato Grosso do Sul, com foco na modernização das redes de distribuição e no aterramento de linhas consideradas vulneráveis, reduzindo riscos de interrupções no fornecimento de energia diante de chuvas intensas e ventos fortes.
Para o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, os resultados alcançados em 2025 demonstram a efetividade do programa. “O Eco Invest provou que está além de um programa de financiamento. Ele reposicionou o Brasil no centro das decisões globais sobre financiamento climático, mostrando que o país tem escala, projetos e capacidade institucional para transformar capital em impacto real. Os números de 2025 comprovam que essa agenda saiu do discurso e entrou na economia”, afirmou.
No início de 2025, o programa realizou o segundo leilão, voltado à recuperação de terras degradadas. Em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária, a iniciativa mobilizou mais de R$ 30 bilhões para restaurar 1,4 milhão de hectares, área equivalente a nove vezes o território da cidade de São Paulo. O leilão abrange todos os biomas brasileiros, com ênfase no Cerrado, e busca ampliar a produção de alimentos sem a necessidade de novos desmatamentos, promovendo geração de renda e desenvolvimento socioeconômico.
No segundo semestre, outros dois leilões foram lançados. Um deles tem foco na atração de investimentos em equity, direcionados a startups e empresas em expansão que atuam em projetos verdes. O terceiro leilão incorporou o hedge cambial como inovação financeira. Já durante a COP 30, foi lançada a quarta edição do programa, voltada à bioeconomia e ao turismo sustentável, com atenção especial à região amazônica. Ambos permanecem abertos, com recebimento de propostas previsto até janeiro e fevereiro de 2026.
Ao final de 2025, o Eco Invest Brasil soma mais de R$ 75 bilhões mobilizados para o financiamento de projetos, dos quais R$ 46 bilhões foram captados no exterior. O volume reflete a credibilidade do mecanismo no cenário internacional e a confiança de empresas, fundos e instituições financeiras. Atualmente, o programa conta com 12 bancos credenciados, sendo nove privados e três públicos.
Como parte do compromisso com a transparência, o Tesouro Nacional lançou durante a COP 30 o Monitor Eco Invest Brasil, plataforma digital que reúne dados detalhados sobre os projetos financiados, incluindo localização, volume de recursos, eixos atendidos e estágio de implementação. Segundo a assessora do Tesouro Nacional Marina Jabur, a ferramenta busca aproximar a política pública da sociedade. “Desenvolvemos a plataforma especialmente para traduzir os bilhões mobilizados em impacto concreto. É uma forma de aproximar a política pública da nossa população. Por meio dela, é possível entender na prática, como grandes volumes de recursos se transformam em benefícios reais para o país e para o meio ambiente”, explicou.
Com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento e da Embaixada do Reino Unido no Brasil, o Eco Invest Brasil segue como uma das principais apostas do governo federal para acelerar a transição ecológica, combinando inovação financeira, coordenação institucional e foco em resultados concretos.



