Após atrasar compras, Bolsonaro pede à Índia envio urgente de doses da vacina de Oxford
Em gesto desesperado depois de ter desdenhado da vacina contra a Covid-19 e da própria pandemia, Jair Bolsonaro envia carta ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, pedindo com urgência a antecipação de 2 milhões de doses de vacina de Oxford, produzidas pelo laboratório indiano Serum
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247 - Depois de trabalhar em uma longa campanha contra a vacinação no Brasil, Jair Bolsonaro faz um gesto desesperado atrás do imunizante contra a Covid-19. Nesta sexta-feira (8), ele enviou uma carta ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, pedindo o envio com urgência de doses da vacina de Oxford, da empresa AstraZeneca e fabricada no laboratório indiano Serum.
O Brasil fechou contrato com a Índia para a compra de 2 milhões de doses. Mesmo com o anúncio do Serum de que a Índia não exportaria a vacina a outros países até que houvesse doses suficientes para cobrir a população mais pobre, o Itamaraty entrou no jogo e negociou para que o contrato com o Brasil estivesse garantido.
Na carta, Bolsonaro pede a antecipação do envio “com a possível urgência”, a fim de permitir a “imediata implementação” da vacinação por aqui. “Para possibilitar a imediata implementação do nosso Programa Nacional de Imunização, muito apreciaria poder contar com os bons ofícios de Vossa Excelência para antecipar o fornecimento ao Brasil, com a possível urgência e sem prejudicar o programa indiano de vacinações, de 2 milhões de doses do imunizante produzido pelo Serum Institute of India”, diz um trecho.
A ação desesperada de Bolsonaro acontece depois de ele ter feito declarações negacionistas por diversas vezes sobre a pandemia, sempre minimizando o problema, e até mesmo sobre a vacina. Ele chegou a colocar suspeita sobre o imunizante fabricado na China, por motivos ideológicos, suspendeu a compra de seringas e agulhas e até espalhou fake news, como histórias de que as substâncias provocariam mutações nos organismos, transformando pessoas em jacarés.
O gesto também acontece em meio a uma corrida entre Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria, para ver quem vacina o primeiro brasileiro. A Fiocruz pediu nesta sexta-feira à Anvisa autorização para o uso emergencial da vacina de Oxford, assim como o Instituto Butantan, de São Paulo, pediu para o uso da CoronaVac. Segundo técnicos da Fiocruz informaram a CNN, uma “previsão realista” para o desembarque das 2 milhões de doses da Índia seria dia 19 de janeiro.
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