Defesa de Bolsonaro solicita internação no dia 24 e cirurgia no Natal
Pedido encaminhado ao STF prevê procedimento para correção de hérnias inguinais e aguarda autorização do ministro Alexandre de Moraes
247 - A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que ele seja internado no dia 24 de dezembro e passe por uma cirurgia no dia seguinte, feriado de Natal. O procedimento está previsto para ocorrer no hospital DF Star, em Brasília, e tem como objetivo corrigir duas hérnias inguinais diagnosticadas recentemente no ex-chefe do Executivo. As informações são do Metrópoles.
No pedido, os advogados detalham que Bolsonaro deve ser internado na véspera do Natal para preparação pré-operatória e submetido à cirurgia no dia 25. A defesa também solicita que Michelle Bolsonaro atue como acompanhante principal, com a possibilidade de os filhos Flávio e Carlos Bolsonaro serem acompanhantes secundários, medida que depende de autorização judicial.
O procedimento cirúrgico já havia sido liberado por Alexandre de Moraes após a realização de perícia médica da Polícia Federal, que confirmou a existência de duas hérnias inguinais. O ministro, no entanto, condicionou a autorização à apresentação de um cronograma detalhado, exigência atendida pela defesa nesta semana. As datas foram informadas depois de Bolsonaro cancelar uma entrevista que concederia ao Metrópoles, alegando motivos de saúde.
Na mesma decisão em que autorizou a cirurgia, Moraes negou o pedido da defesa para conversão da pena em prisão domiciliar. O ministro argumentou que a legislação brasileira prevê esse benefício apenas para condenados em regime aberto, situação que não se aplica ao caso do ex-presidente.
Histórico médico e decisões judiciais
Os exames que identificaram as hérnias foram realizados em 14 de dezembro, por meio de ultrassonografia. A avaliação médica apontou que a cirurgia é a única forma de tratamento definitivo para o quadro. No dia seguinte, a defesa solicitou autorização ao STF para a realização urgente do procedimento.
Alexandre de Moraes determinou então o envio dos exames e laudos médicos para análise de peritos da Polícia Federal e exigiu que Bolsonaro passasse por uma perícia presencial, realizada em 17 de dezembro. Dois dias depois, com base no laudo da PF, o ministro autorizou a cirurgia, classificando o procedimento como eletivo, ou seja, sem caráter emergencial, mas recomendando que fosse realizado o quanto antes.
Segundo o parecer dos peritos, embora não haja risco imediato, a piora do quadro clínico e a possibilidade de complicações justificam a realização da cirurgia em prazo breve. O laudo ressalta que a intervenção não é de urgência, mas considera prudente evitar agravamentos da condição.
Bolsonaro está preso desde 22 de novembro, após descumprir medidas cautelares ao danificar a tornozeleira eletrônica. No dia 25, ele iniciou o cumprimento de pena de 27 anos e 3 meses de prisão no processo relacionado à trama golpista.
Diagnóstico de hérnia inguinal bilateral
A perícia médica do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal concluiu que o ex-presidente apresenta hérnia inguinal bilateral, condição que afeta ambos os lados da região da virilha. A hérnia ocorre quando parte do intestino ou outro tecido interno se projeta por um ponto enfraquecido da musculatura abdominal, podendo provocar dor, inchaço e desconforto.
Exames realizados em agosto de 2025 não indicavam a presença das hérnias. Em novembro, médicos identificaram clinicamente uma hérnia em apenas um dos lados. Relatórios posteriores mantiveram o diagnóstico e, em dezembro, exames de imagem confirmaram que a condição passou a afetar ambos os lados da região inguinal.



