Depoimentos de seis parlamentares embasaram operação contra desvio de emendas
Operação da PF teve como alvo uma ex-assessora do deputado Arthur Lira; Inquérito teve início com depoimento de deputados
247 - A Polícia Federal cumpriu nesta sexta-feira dois mandados de busca e apreensão contra a funcionária da Câmara dos Deputados Mariângela Fialek, conhecida como Tuca, que atua na liderança do Progressistas (PP). As diligências ocorreram em Brasília e incluíram salas utilizadas pela servidora no Congresso Nacional, além de sua residência. O celular de Mariângela foi apreendido pelos investigadores. O deputado Arthur Lira, ex-presidente da Câmara e de quem ela já foi assessora, não é alvo da operação.
O inquérito teve início a partir de depoimentos de seis parlamentares. Prestaram esclarecimentos os deputados Glauber Braga (PSOL-RJ), José Rocha (União Brasil-BA), Adriana Ventura (Novo-SP), Fernando Marangoni (União Brasil-SP) e Dr. Francisco (PT-PI), além do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG). Recentemente, Glauber foi alvo de um processo de cassação que resultou em uma suspensão de seis meses.
A operação foi autorizada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), e resultou no cumprimento de dois mandados de busca e apreensão. Mariângela Fialek trabalha em um setor estratégico da Câmara responsável pela organização das indicações de emendas parlamentares.
Um dos locais vistoriados pelos policiais foi uma sala que, segundo registros oficiais da Casa, é destinada à Presidência da Câmara dos Deputados. O espaço passou a ser utilizado por Mariângela a partir de 2022, durante a gestão de Arthur Lira. Há relatos de que era nesse ambiente que ela despachava assuntos relacionados às emendas parlamentares.
A assessoria de Arthur Lira informou que ela não integra sua equipe. Já a liderança do PP na Câmara declarou que está “averiguando todo ocorrido” e que deve se posicionar ainda nesta sexta-feira.
Servidora experiente, Mariângela ocupa um cargo de natureza especial na Câmara dos Deputados, com remuneração bruta de R$ 23,7 mil. O inquérito investiga a possível prática dos crimes de peculato, falsidade ideológica, uso de documento falso e corrupção.



